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Uruguai expressa preocupação com acto eleitoral "antidemocrático" na Venezuela

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Foto: EPA

O Uruguai disse hoje que as eleições legislativas de domingo na Venezuela "não foram realizadas em conformidade com os princípios e os valores democráticos", renovando os apelos ao diálogo entre o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a oposição.

Num comunicado, a diplomacia uruguaia indicou ter acompanhado "com muito atenção e preocupação" o escrutínio de domingo, que ficou marcado pela vitória da aliança de partidos que apoiam Maduro, mas também por uma grande abstenção e pelo apelo ao boicote das forças da oposição venezuelana, que tem como principal figura Juan Guaidó (que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019).

Para o executivo do Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, os valores democráticos estiveram ausentes no ato eleitoral de domingo, pois "faltaram garantias mínimas de transparência para que a vontade do povo venezuelano como um todo fosse refletida fielmente nas urnas".

"A preparação e o desenvolvimento destas eleições desviaram-se dos padrões internacionais, devido à inexistência de órgãos de controlo independentes e imparciais no país e porque atualmente a Venezuela não se rege pelo Estado de Direito e pela separação de poderes", frisou a nota da diplomacia uruguaia.

Neste sentido, este país igualmente sul-americano reiterou que "é necessário" que o Governo de Maduro e a oposição venezuelana "deem princípio a um processo de diálogo amplo, com a participação de todos os atores e com o acompanhamento da comunidade internacional" para alcançar uma solução pacífica para a crise (económica, política e social) que afeta a Venezuela e que obrigou cerca de cinco milhões de venezuelanos a abandonarem o país nos últimos anos.

A aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas de domingo, com 67,6% dos votos, com 82,35% dos boletins contabilizados, anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A taxa de participação no ato eleitoral foi de 31%, segundo o CNE.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse hoje que a União Europeia (UE) não reconhece os resultados das eleições venezuelanas de domingo por terem violado as regras internacionais e democráticas, e apelou a uma solução política urgente.

Ideia sublinhada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva.

"A declaração é muito clara quando assinala que, do nosso ponto de vista, as eleições realizadas ontem [domingo] na Venezuela não cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, em termos de liberdade e em termos de justiça", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, à saída do Conselho de Negócios Estrangeiros, que reúne o conjunto dos chefes de diplomacia da UE.

A Venezuela conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.

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