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Chefe da diplomacia da UE constata baixa participação nas eleições na Venezuela

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Foto EPA

O Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, sublinhou hoje que as eleições legislativas na Venezuela, realizadas no domingo, tiveram uma participação muito baixa.

"Parece que a participação é muito baixa, vamos esperar pelos resultados finais", afirmou Borrell, à chegada à reunião que se realiza hoje dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia em Bruxelas.

O alto representante lembrou que a UE não enviou observadores eleitorais à Venezuela, por considerar que as eleições não cumprem os padrões democráticos mínimos.

Ao longo do dia, os 27 devem emitir um comunicado a rejeitar o resultado.

Na sexta-feira, fontes europeias explicaram que a UE quer promover o maior consenso possível com a oposição ao Governo de Nicolás Maduro e aos países da região, sobre o processo político que se abre até 05 de janeiro.

Nessa data vai terminar o mandato da atual Assembleia Nacional (Parlamento), que a partir daí volta a ser controlada pelos apoiantes de Maduro, embora o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como Presidente venezuelano por mais de 50 nações, tenha afirmado que pretende continuar a ser o presidente da Assembleia.

Na passada quarta-feira, o Parlamento Europeu anunciou que não iria observar, nem comentar, o processo eleitoral na Venezuela por entender que não estão reunidas as condições para um processo justo e transparente.

"Nenhum membro do Parlamento Europeu foi mandatado individualmente para observar ou comentar este processo eleitoral em seu nome. Portanto, se qualquer Membro do Parlamento Europeu decidir observar estas eleições, fá-lo-á por sua própria iniciativa" e não deverá em circunstância alguma, através de qualquer declaração ou ação, associar a sua participação ao Parlamento Europeu", sublinharam, em declaração à imprensa.

As eleições são questionadas pela comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos (OEA), porque consideram que não se trata de um processo transparente face à intervenção dos partidos políticos pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), que foi acusado de ser pró-Chávez.

O Supremo Tribunal colocou à frente destes partidos antigos militantes que foram expulsos e acusados pelos seus antigos colegas de serem corruptos.

Após essa decisão, os partidos, com os seus nomes, cores e símbolos, estarão no cartão eleitoral, mas não sob a liderança dos políticos que foram eleitos pela militância, mas dos que foram impostos pelo TSJ.

Perante isto, a oposição liderada por Guaidó solicitou uma consulta, que começa hoje, para perguntar aos venezuelanos se rejeitam as eleições, se exigem a partida de Maduro e a convocação de novas eleições presidenciais e parlamentares.

Também perguntará se "ordenam" que se deem "os passos necessários perante a comunidade internacional para ativar a cooperação, o acompanhamento e a assistência para salvar a nossa democracia".

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