Outro modo de ver a política
Há poucos dias num dos nossos canais televisivos foi transmitida uma entrevista com o ex- presidente norte-americano, Barack Obama, conduzida por jornalista americano.
Foram abordados vários temas e a todos Obama respondeu. Não se coibindo, inclusive, de reconhecer alguns erros cometidos no seu mandato e falando na generalidade da (grave) situação do seu País, do comportamento dos americanos e dos seus políticos, incluindo Trump.
Claro que não vamos transcrever tudo o que ele disse, evidentemente, mas há um só pormenor que vale a pena referir.
Quando lhe foi perguntado o que achava sobre a atitude do (ainda) presidente americano de não querer deixar o PODER, Obama referiu o seguinte:
Um Presidente (de um País) é um funcionário público, terminado o seu mandato o que tem a fazer é sair e voltar à sua vida normal!
Como este homem vê a questão de certos cargos públicos!
Ele falou sobre o cargo de Presidente de acordo com a pergunta que lhe foi feita, mas certamente responderia do mesmo modo em relação a ministros, autarcas, deputados e todos aqueles que são escolhidos através de votos ou nomeações para ocupar cargos públicos, quer seja na América ou noutro qualquer país no mundo.
Ele não os vê como sendo ” donos” do país, nem dos concelhos, freguesias ou Parlamentos.
São funcionários públicos!
E como funcionários públicos – tal como acontece com qualquer funcionário de uma outra instituição – têm (ou deviam ter) a obrigação de zelar e defender os interesses da empresa para a qual trabalham, neste caso particular, o ESTADO,O PAÍS e, consequentemente, o seu povo.
Deviam estar habilitados para as funções que desempenham e, depois, serem responsabilizados pelos seus (maus) atos, o que raramente acontece.
E como (muitos) não são aptos, nem lhes pedem responsabilidades, e, em muitos casos, não são obrigados a saltar do “poleiro”, daí os seus países estarem a saque e em permanente aflição financeira.
Não há dinheiro que chegue!
Nem o que é pago pelos contribuintes, mais o que é pedido por empréstimo ou pura e simplesmente lhe é ofertado.
Tudo desaparece como obra de um ilusionista!
E por isso também, presumimos, cada vez há mais gente a querer ser governante, a ser deputado, a estar na mó de cima.
Os salários e regalias são bons, as responsabilidades (quase) nenhumas e o futuro apresenta-se-lhes risonho, face às bem-aventuradas reformas.
Quem não gostará de se juntar a estas “equipas de salvação do Povo e do País”?
E se ainda puderem para lá levar alguns membros da família mais chegada, melhor.
Graças a Deus, nada disto se passa no nosso País. São coisas lá nos países estrangeiros, onde se permitem eternizações no PODER, processos judiciais a envolver políticos que nunca mais têm fim, dividas (chorudas) ao Estado deixadas prescrever e outros atos próprios de países com a democracia sempre em fase de construção e um tipo de Liberdade que dá para tudo.
Para o bem e para o mal!
Juvenal Pereira