Poucos eleitores nas ruas a poucas horas do encerramento das urnas
Os centros eleitorais de Caracas registaram, durante a tarde de hoje, pouca presença de eleitores, no dia em que os venezuelanos foram às urnas para eleger os novos deputados do parlamento, onde desde 2015 a oposição detinha a maioria.
Pelas 16:00 locais (20:00 em Lisboa), quando faltavam apenas duas horas para encerrar as urnas, em vários centros eleitorais de Las Mercedes (leste), Santa Mónica (sul), Los Chaguaramos e Los Símbolos (ambas a sul), apenas algumas pessoas verificavam os dados para saber em que mesa votar.
Por outro lado, o trânsito de viaturas era muito semelhante ao dos dias de domingo, com várias estações de abastecimento de combustível encerradas devido à falta de gasolina e outras, como a da avenida "Paseo los Ilustres" (sul), com dezenas de viaturas em fila, em direção à bomba da Avenida Presidente Medina.
Havia ainda pouca afluência de eleitores em Chacaíto e Chacao, em El Marquês e La Califórnia, todas no leste da capital.
Entretanto, a reitora principal do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Indira Alfonso, elogiou, através da televisão estatal, a imprensa nacional e internacional pela cobertura dada às eleições legislativas e o civismo dos venezuelanos.
"Quero fazer um especial reconhecimento aos meios de comunicação social, públicos, privados, nacionais e internacionais, porque não apenas no dia que convocamos o processo, mas em todas e cada uma das etapas pré-eleitorais e hoje, com especial referência, fizeram parte deste serviço eleitoral", disse na televisão estatal.
Indira Alfonso destacou ainda "o exemplo de civismo, de comportamento democrático com total e exemplar apego aos elementos biossanitários" preventivos da covid-19, com que os venezuelanos foram votar, respeitando o distanciamento físico e o uso de máscara.
Mais de 20,7 milhões de venezuelanos foram hoje chamados às urnas para eleger os 277 deputados que vão compor a nova Assembleia Nacional (parlamento).
O novo parlamento entrará em funções em 05 de janeiro de 2021, dois anos depois de o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamar Presidente interino da Venezuela prometendo convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.