A celeuma à volta do CINM
Antes de mais afirmo que pugno pela manutenção da Zona Franca da Madeira, desde que cumpra as regras, porque dali depende muitos postos de trabalho e fortalece a economia da Região, porém acho que esta confusão acerca do assunto não ajuda nada, onde cada um emite a sua opinião mas ninguém se entende e a população acaba por não perceber quem tem razão. O vice-presidente do G.R. encara as advertências de Bruxelas como uma não notícia retirando importância ao assunto mas continua a culpabilizar Lisboa pelo atraso nas negociações e aí já é por demais importante. Carlos Pereira, deputado do PS-M na AR há muito que afirma que o problema pode ser resolvido porque há outras caminhos que não passam, necessariamente, pelo Orçamento de Estado para 2021. Por seu lado o Presidente do G.R. diz que a culpa é dos “lobbies” das outras praças financeiras e de “uns maluquinhos” que andam aí à solta. Todavia a haver maluquinhos só pode ser no G.R. e na SDM que sempre geriram o CINM, já que sempre foram eles a planear os destinos da ZF da Madeira e ali nunca ninguém “meteu colher. Afinal quem tem razão? Porque não se sentam estes senhores à mesa para resolverem este assunto, que já tem barbas, e que é de primordial importância para a economia da Madeira? As “guerras” com Lisboa e as partidarites agudas têm que passar para segundo plano quando está em jogo os supremos interesses da Região e dos madeirenses. Se o problema, na ótica da UE, é a insuficiência de criação de postos de trabalho porque não se fiscalizou esta regra a tempo e horas por quem de direito? No meu entender a gestão do CINM ou a SDM sentou-se “à sombra da bananeira” deixando a coisa andar e agora, por negligência, põe em causa 1600 empresas ali sediadas, 6 mil postos de trabalho e 120 milhões de receita fiscal que são de vital importância para a economia regional. Muito se fala em “offshore”, paraíso fiscal e branqueamento de capitais mas acho que aqui há exagero uma vez que a Comissão da U.E sempre disse que supervisiona esta praça por isso tem o dever de esclarecer esta questão, todavia seria consensual que fiscalizassem também todas as outras praças europeias que geram receitas muito superiores à nossa. Por outro lado, branqueamento de capitais e corrupção não acontece apenas em praças “offshore”, pois todos sabemos que esta praga é de disseminação fácil mas não é fácil trava-la e não é justo que seja apenas o CINM a ser penalizado. Mais uma vez se constata que o grande capital é que dita as regras e os políticos apenas vão discutindo.
Juvenal Rodrigues