"É normal que o número de casos aumente nos próximos dias"
Depois da Madeira ter registado um novo máximo de casos diários por contágio ao novo coronavírus, Miguel Albuquerque apaziguou as inquietações suscitadas e indicou que estas cadeias "estão perfeitamente identificadas", mas alertou para o facto de o número de infecções poder vir a aumentar nos próximos dias.
Madeira atinge recorde de 32 novos casos de Covid-19
31 são de transmissão local e um é importado da Região Norte de Portugal
"Estes 31 casos [transmissão local] emanam de duas cadeias já identificadas e, por conseguinte, não há transmissão comunitária, nem a situação está fora de controlo", referiu o presidente do Governo Regional, que marcou presença na abertura da exposição 'Natal no Universo – O Sagrado e o Profano', no Universo de Memórias de João Carlos Abreu.
O chefe do executivo madeirense realçou também que a Madeira teve sempre "um número residual de casos" no contexto da incidência demográfica da Região, pelo que "é normal que nesta época, uma época de maior afluência e maior concentração de pessoas, possam aumentar o número de casos".
Seja como for, se houve algum risco de o Governo perder o controlo da situação, vamos intervir imediatamente. Queria dizer às pessoas para estarem cientes de que a Direcção Regional de Saúde tem estas cadeias absolutamente identificadas e que é normal que o número de casos aumente nos próximos dias. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
Ainda sobre um dos temas que estão na ordem do dia, neste caso sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), o número um do Governo Regional criticou o facto da União Europeia não ter notificado a Região sobre a conclusão do relatório elaborado por Bruxelas, classificando estas conclusão como uma "jogada" de bastidores para "tirarem daqui as empresas e irem para outras Praças".
"[Discordamos] da maioria das premissas e das conclusões dessa relatório. E é fácil perceber por que discordamos. Diz-se, por exemplo, que as empresas sediadas na Zona Franca têm de ter os trabalhadores sediados e a trabalhar aqui. Não há nada mais absurdo do que isto. Se tivermos uma empresa petrolífera, que tem aqui a sua sede, e os seus trabalhadores estiverem a funcionar nas plataformas petrolíferas em todo o Mundo, é óbvio que a empresa está cá, mas os seus trabalhadores estão a trabalhar noutro lado", sublinhou Miguel Albuquerque, sustentando igualmente a sua tese relativamente às empresas de informática que têm os seus trabalhadores espalhados "em todo o Mundo".
É um argumento perfeitamente ridículo. Não tem nenhum sentido. Isso significa que a Zona Franca estaria a trabalhar não para o mundo global, nem para a economia internacional, mas a trabalhar para o mercado interno. Não valia a pena ter Centro Internacional de Negócios se fosse para confinar os trabalhadores e a actividade das empresas ao mercado regional. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira