Obras de recuperação de mau tempo na Madeira passaram no teste
As obras de recuperação dos prejuízos do 20 de fevereiro de 2010 passaram no "teste" depois do mau tempo que assolou a Madeira esta semana, com índices de pluviosidade superiores ao desse temporal, disse o vice-presidente do Governo Regional.
"Esta semana foi uma boa semana para testarmos a consolidação das obras que efetuámos. Choveu mais do que no dia 20 de fevereiro e as ribeiras portaram-se muito bem, aguentaram muita bem toda a quantidade de material que desceu e os taludes têm apresentado também uma boa consolidação de material", declarou Pedro Calado.
O governante madeirense visitou hoje as obras realizadas nas três ribeiras que atravessam o Funchal, nomeadamente João Gomes, Santa Luzia e São João, que foram objeto de "grandes recuperações" ao abrigo da Lei de Meios, diploma criado pelo Governo da República liderado então por José Sócrates para fazer face à recuperação dos prejuízos provocados por esse temporal.
O responsável destacou que "cerca de dois terços [do material] que provavelmente podia descer as ribeiras, como aconteceu no 20 de fevereiro, foi agora consolidado e retido a montante".
A aluvião que atingiu a Madeira a 20 de fevereiro de 2010 provocou mais de 47 mortos, quatro desaparecidos, 600 desalojados e 250 feridos e prejuízos materiais que foram avaliados pelo Governo da Madeira em 1.080 milhões de euros.
Com base na denominada Lei de Meios, com uma vigência de quatro anos e tendo por base a avaliação de prejuízos materiais do temporal em 1.080 ME, o Governo da República assumiu o compromisso de transferir para a Madeira 740 milhões de euros, através do Orçamento do Estado, do Fundo de Coesão e do PIDDAC.
A restante verba (340 ME) seria assumida pelo Orçamento Regional, pelos municípios, pelos Programas Operacionais Regionais e por privados.
Pedro Calado realçou que foram feitos "grandes investimentos" na recuperação e "só nestas ribeiras foram mais de 35 milhões de euros na consolidação, preservação, arranjos dos muros".
Acrescentou que estão a ser efetuados alargamentos dos passeios, visando "dar mais mobilidade aos transeuntes e que vão ser "agora marcadas as zonas de passagens pedonais e o alcatroamento da via".
"Tudo aquilo que é feito em termos de preservação e segurança está aqui bem representado nas obras que fizemos".
Pedro Calado anunciou ainda que o Governo Regional "tendo em conta o Orçamento de 2021", está a preparar um investimento "só no concelho do Funchal, de mais de 135 milhões de euros, que é mais do que todo o orçamento da Câmara Municipal do Funchal".
"Quando muitas vezes se questiona os investimentos noutros concelhos, embora não sendo da mesma cor, como a oposição gosta muito de dizer, nas áreas de governação não olhamos a cores partidárias, mas investimentos são feitos indiferenciadamente em todos os concelhos", argumentou o governante madeirense.
O vice-presidente concluiu que o objetivo do executivo regional é investir "sobretudo, pela segurança dos cidadãos e preservação das condições de vida que todos merecem".