OMS alerta que vacinas não permitem baixar a guarda
A chegada de várias vacinas contra a covid-19 não deve levar a população a baixar a guarda no combate à pandemia, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"As vacinas não significam covid zero", afirmou Mike Ryan, o responsável de emergências sanitárias da OMS, ao salientar que as vacinas, por si só, "não serão capazes de fazer esse trabalho".
"Chegamos (...) a um ponto de inflexão da pandemia. Pedimos às pessoas que continuem a fazer os esforços" para combater a covid-19, acrescentou em conferência de imprensa.
A responsável pela gestão da pandemia da OMS, Maria Van Kerkhove, apelou à população para que "pense bem no que faz" durante o período de férias que se aproxima, no sentido de limitar a transmissão do coronavírus.
"As decisões que tomamos agora (...) podem significar a vida ou a morte para nós, para a nossa família", referiu a responsável da OMS.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falava numa cimeira da ONU sobre a pandemia, com a chegada das vacinas, já se está a "começar a ver o fim da pandemia".
"Simplesmente não podemos aceitar um mundo em que os pobres e marginalizados são espezinhados pelos ricos e poderosos na corrida à vacina", disse o diretor-geral da OMS, uma vez que se prevê que o início das campanhas de vacinação esteja iminente em alguns países - os mais ricos do planeta.
As primeiras vacinas contra a covid-19 deverão chegar a Portugal nos primeiros dias de 2021 e o grupo de trabalho criado pelo Governo para coordenar a vacinação já apresentou, na quinta-feira, a primeira versão do plano, em que algumas destas recomendações estão contempladas.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.507.480 mortos resultantes de mais de 65,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.803 pessoas dos 312.553 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.