Mataram o CINM
O CINM está morto, sabemos quem é o assassino e nada fazemos.
Destruíram o Centro Internacional de Negócios da Madeira. Ninguém quer assumir esta realidade que não pode ser negada. A internacionalização da economia da Madeira por uma Zona Franca, popularizada como Centro Internacional de Negócios, está á beira do fim. Uma proposta de lei, enviada à Assembleia da República pelo governo de António Costa, líquida as esperanças de crescimento dos negócios internacionais com sede na Madeira e aponta para o seu enterro. Da Europa vem uma condenação implacável sobre os procedimentos fiscais das empresas nos últimos anos. Do governo de Lisboa vem uma lei regulamentadora toda ela a dar razão aos incumprimentos denunciados pela Comissão Europeia.
De Centro Internacional passa a Centro Regional de Negócios.
Depreende-se logo das palavras do deputado socialista Carlos Pereira. Até a ele lhe custa a crer tamanha traição do PS nacional. Do PS Madeira ainda nada: nem “ai” nem “ui”. Do PSD também zero. Reagiu o Vice-presidente do governo com surpresa, tristeza e negativismo. Sabe o que aí vem. Trinta e três anos por água abaixo. Milhares de empregos. Ambiente económico internacional destruído e confinado ao turismo.
A verdade é que não soubemos segurar o CINM. Muito menos torná-lo a âncora financeira da Madeira e Porto Santo. Todos nós somos culpados. Governo e oposição. Porque não lutámos. Não demos a cara o suficiente para ter o que os outros já têm na Europa. E vivem disso.
Não fomos capazes de substituir o modelo esgotado e caduco, que agora acaba, por um igual ao das outras praças europeias. Não fomos capazes ou não nos deixaram copiar o que é de sucesso para os outros.
Como vamos explicar à geração que se segue? Para já pedindo desculpas!
Miguel de Sousa