Que 2021 seja um ano de esperança e compensação!
Que tenhamos uma oposição renovada, construtiva e disposta a contribuir para a evolução
Chegados ao fim de um ano atípico e infelizmente marcado por uma pandemia que alterou planos, que destruiu projetos e que mudou, substancialmente, a nossa forma de estar, de agir e de viver em sociedade, qualquer balanço a fazer será sempre difícil e limitado. Ou, no mínimo, diferente daquele que seria o balanço habitual nesta altura de festa e de projeções para o ano novo.
Mas há que fazer balanços. Quanto mais não seja para daí retirarmos as devidas conclusões ou para valorizarmos o esforço que todos fizemos. Porque fizemos.
É preciso não esquecer que a Madeira enfrentou, sozinha, esta pandemia. Que ainda hoje continua sozinha nesse esforço. Que foi exemplo internacional na forma como geriu, combateu e minimizou os seus efeitos, desde a primeira hora. Mesmo que relegada para segundo plano por um Governo da República que teima em governar segundo os seus interesses político-partidários e, não, conforme devia e à luz do sentido de Estado que lhe compete.
É preciso não esquecer a coragem e a determinação de quem aqui governa, nesta Região e, bem assim, a força, a resiliência e a responsabilidade de um povo que, embora já habituado a tantas outras lutas, enfrentou, ainda assim e quiçá este ano, um dos maiores desafios de que há memória.
É preciso não esquecer a dor e o sofrimento daqueles que perderam os seus familiares, assim como o desalento e as dificuldades agravadas dos que viram os seus negócios encerrar ou dos que perderam os seus trabalhos e o rendimento que tinham para acudir às suas necessidades básicas, sabendo encontrar, a todos os níveis, soluções que garantam a superação desta fase difícil. Soluções que também estão e terão de continuar a ser encontradas junto das populações recentemente afetadas pela intempérie à norte, às quais manifesto toda a minha solidariedade.
Assim como também é importante não esquecer aqueles que podiam ter feito mais e melhor, mas não fizeram. Os que, do lado de lá, preferiram deixar-nos sem qualquer resposta meses e meses e que, mais uma vez, se recusaram a cumprir as suas promessas ou a concretizar a solidariedade nacional que tanto apregoam, ao mesmo tempo que travaram a nossa tentativa de resolvermos, sozinhos, aquilo que lhes competia resolver.
Isto para além dos que, localmente, poderiam ter ajudado mais a nossa população, cumprindo com o seu papel e governando em nome do bem comum, em vez de terem optado por chumbar todas e quaisquer medidas de apoio propostas, fossem elas de maior ou menor dimensão, mas que teriam feito toda a diferença – insisto, toda a diferença – junto daqueles a que se destinavam.
Que em 2021 haja memória e que não seja curta. Que haja, acima de tudo, esperança para enfrentarmos este novo ano com ainda maior vontade e capacidade de superação. Que, juntos, saibamos cuidar da nossa saúde e da saúde dos outros, sendo exemplo nesse cuidado e estando conscientes de que a luz ao fundo do túnel que se abre com a chegada da vacina exige que continuemos a assumir, na mesma, os nossos papéis, enquanto cidadãos responsáveis que somos.
Que haja coragem e convicção neste futuro que não será fácil, mas que, ao mesmo tempo, abre espaço a que façamos ainda melhor e necessariamente diferente, em função de uma nova realidade que vai exigir ainda mais de nós, mas que, também, trará novas compensações. Uma realidade que abre espaço a que, dentro das nossas próprias casas, saibamos valorizar ainda mais o essencial em detrimento do acessório e para que sejamos ainda mais atentos, interventivos e solidários com quem mais precisa.
Que haja vontade e motivação para seguirmos em frente. Para sermos melhores pessoas e melhores profissionais. Para continuarmos a lutar por aquilo em que acreditamos, colocando, sempre e ainda com mais força, a defesa dos interesses da Madeira e dos Madeirenses em primeiro lugar.
Para não esquecermos, em momento algum, que 2021 será um ano decisivo no respeitante a essa defesa de interesses e que só depende de nós retomar o caminho de que a nossa Região precisa, em cada um dos seus onze concelhos.
Que haja força para continuarmos a exigir, à República, aquilo a que temos direito e que, de uma vez por todas, apenas nos tratem como cidadãos portugueses de primeira categoria.
Que tenhamos uma oposição renovada, construtiva e disposta a contribuir para a evolução e, não, uma oposição gasta, alicerçada na desgraça alheia, que nada representa de novo e que apenas obstrui quem verdadeiramente faz para além da propaganda a que estão habituados.
Que haja visão. Orgulho. Estratégia. Responsabilidade. Sensibilidade. Compromisso.
É sobre nós, Madeirenses, que recai a grande responsabilidade de superarmos mais este grande desafio que 2021 representa.
Feliz Ano Novo, com esperança e muita saúde!