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Venezuela compra 10 milhões de doses de vacinas Sputnik V à Rússia

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O Governo venezuelano anunciou, terça-feira, que assinou com a Rússia um contrato de aquisição da vacina russa Sputnik V contra o novo coronavírus, em quantidade suficiente para vacinar 10 milhões de cidadãos.

"A Venezuela assinou um contrato de aquisição da vacina Sputnik V. Nesta primeira etapa assinámos para vacinar 10 milhões de pessoas", anunciou a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, através da televisão estatal local.

A assinatura do acordo teve lugar durante um ato em Caracas, no qual participaram ainda os ministros venezuelanos de Relações Exteriores e da Saúde, Jorge Arreaza e Carlos Alvarado, respetivamente, e também o embaixador da Rússia na Venezuela, Serguéi Melik-Bagdasarov.

Segundo Delcy Rodríguez "é muito importante o passo em frente que a Rússia deu com uma vacina segura" que "é muito segura" e que está na terceira fase de ensaio clínico.

"Já estamos preparados para começar a vacinar a nossa população o mais rápido possível, fazendo ao mesmo tempo todas as gestões possíveis, para que os recursos bloqueados [devido às sanções norte-americanas] sejam libertados para que a Venezuela tenha acesso a [mais] vacinas e a um fundo de vacinação [da ONU]", disse.

Por outro lado, precisou que a Venezuela recebeu, em outubro, o primeiro lote de vacinas da Rússia, tendo-se convertido no primeiro país da América Latina a participar no processo de testes da Sputnik V.

O embaixador russo na Venezuela, Serguéi Melik-Bagdasarov, agradeceu a compra dos medicamentos e elogiou o "trabalho muito importante realizado pelos médicos venezuelanos com os ensaios clínicos".

As novas vacinas, segundo o Presidente, Nicolás Maduro, vão ser "distribuídas gratuitamente" a toda a população" radicada no país, independentemente da sua nacionalidade.

"Nos próximos 90 dias a Venezuela vacinará 10 milhões de compatriotas priorizados por idade, profissão e por nível de vulnerabilidade", disse Nicolás Maduro num ato transmitido pela televisão estatal.

Na Venezuela estão confirmados 112.861 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus, 1.021 mortes associadas à covid-19. Mais de 106.637 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

As autoridades venezuelanas preveem anunciar, nos próximos dias, novas medidas de biossegurança, que vão ser ativadas a partir de janeiro de 2021, devido a um "ligeiro aumento de casos".

As novas medidas passam pela modificação da flexibilização aplicada durante o mês de dezembro, para uma quarentena restrita de pelo menos 14 dias.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.775.272 mortos resultantes de mais de 81,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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