Movimento SalvarOturismo junta algumas dezenas de pessoas em Faro
O movimento SalvarOturismo juntou hoje algumas dezenas de pessoas no centro da capital algarvia que pedem medidas urgentes para salvar o setor e se queixam de não verem cumpridas as "promessas" do Governo.
Entre os manifestantes que se concentraram na Doca de Faro, entre algumas bandeiras de Portugal, havia quem ostentasse faixas em que se podia ler "Queremos respostas e "Queremos trabalhar" ou "Restrição mental, opressão total".
Eliseu Correia, um dos rostos do movimento no Algarve disse à Lusa considerar que as medidas já implementadas pelo Governo, como as moratórias e o 'lay-off, são como "meter um penso rápido num doente terminal", porque "não resolvem nada".
"As medidas que nós precisamos são medidas reais e não promessas. Promessas já tivemos muitas e não aconteceu nada", lamenta, dando como exemplo a promessa do ministro da Economia em fazer um plano de emergência para o Algarve, em julho, mas que ainda não avançou.
Para Eliseu Correia, o que as empresas necessitam "é dinheiro a fundo perdido" para terem capital próprio para conseguir "aguentar os empregos", já que neste momento só estão "a ir aos cofres tirar e não temos forma de reaver seja o que for".
O empresário referiu que em 35 anos de vida da sua agência de viagens não se lembra "de nada igual" e que há atualmente pessoas a "passar fome", o que é uma verdadeira catástrofe, não só no Algarve, mas sobretudo nesta região tão dependente do turismo.
"Está na altura de alguém tomar uma decisão rápida para evitar proporções maiores. Porque o que se passa aqui nesta região acho que nos envergonha a todos. Nós algarvios e acho que todo o país", concluiu.
Uma das empresárias que falou no palco improvisado montado na Doca de Faro foi Marta Barbosa, que há sete anos tem uma "empresa familiar" no setor marítimo-turístico e que teme pelo que acontecerá durante o inverno.
"Até começarmos a trabalhar novamente temos quatro meses pela frente e até lá vivemos do quê?", questiona, sublinhando que do que as empresas precisam não são "empréstimos para hipotecar o futuro", mas sim "dinheiro que seja dado agora e não emprestado".
O movimento SalvarOturismo, uma plataforma que conta já com mais de 5.000 membros, num grupo do Facebook, organizou para hoje manifestações em simultâneo no Porto, Lisboa e Faro, pela sobrevivência do setor.
Entre as medidas que o movimento defende, conta-se a concessão de apoios a fundo perdido, a isenção do Pagamento por Conta e Pagamento Especial por conta no ano de 2020 e outras medidas específicas para certos subsetores e questões como seguros, taxas, rendas e subsídios.