Repor a democracia no País

O 25 de Novembro não foi um golpe contra o 25 de Abril a não ser para nostálgicos do PREC, das ocupações selvagens, das constantes greves selvagens, das hordas de “revolucionários” que irrompiam pelos negócios dentro obrigando a encerrá-los porque havia um qualquer comício ou manifestação, enfim da ideia de “meter os fascistas” no Campo Pequeno e quem sabe talvez também os desalinhados com o caminho de destruição do País e o total caos da nossa economia. Os resultados das 1ªs eleições populares livres e democráticas para eleger o 1º governo constitucional em 25 de Abril de 1976, foram igualmente uma forma de legitimação autêntica popular e democrática do 25 de Novembro de 1975, com 75,22% dos votos para os partidos que o apoiaram (PS-34,89%, PSD-24,35%, CDS-15,98%) e se opuseram à via da “democracia avançada” um eufemismo da ditadura comunista para onde o PCP (14,39%) e os seus apoiantes procuravam conduzir o País. Basta ler o Programa do MFA para se entender que o objetivo-mor dos militares revolucionários de Abril e da revolução dos cravos foi libertar os portugueses do jugo da ditadura do Estado Novo e dos seus instrumentos de opressão, e criar as condições e os instrumentos necessários para a aprovação democrática de uma nova Constituição que estabelecesse os direitos e obrigações fundamentais dos cidadãos e do Estado no respeito pelas liberdades e a democracia. O enorme mérito do programa do MFA e dos Militares de Abril, com uma ou outra exceção que não foi suficiente para manchar a enorme nobreza da sua ação, foi precisamente não procurar impor aos portugueses qualquer tipo de ideologia política, mas sim proporcionar todas as condições necessárias e suficientes para que fosse o povo português com total liberdade e em verdadeira democracia a fazer a sua escolha. Ao contrário do que pretendiam os prosélitos da “democracia” tipo ex-URSS o 25 de Novembro cumpriu o desígnio da revolução dos cravos e permitiu repor a democracia no País.

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