De braços abertos
2020 foi um ano particularmente exigente para todos nós. Não só pelo confinamento e as restrições consequentes, mas sobretudo porque a Liberdade até então conquistada e, por muitos, dada como adquirida, demonstrou ser permeável a um fenómeno que se desencadeou na China 3 meses antes. Os meses de confinamento total permitiram que muitos se apercebessem daquilo que tinham construído, ou deixado por construir, nos seus projetos pessoais. Talvez não se estranhe que após um período crítico de restrições sociais, que ainda hoje se mantêm, as pessoas tenham feito opções estruturantes na sua vida. A fragilidade a que se viram expostas, talvez explique isso.
Com a reabertura, mesmo que parcial, de praticamente todas as atividades, iniciou-se o rescaldo das consequências. A crise económica que se começou a desenhar, interrompeu uma trajetória de crescimento de 81 meses da Economia. As desigualdades sociais aumentaram, os privados ficaram, diariamente, descapitalizados e, consequentemente, as condições de emprego deterioram-se. O quadro de 2020 não era, de todo, aquele que esperávamos a 1 de janeiro do referido ano.
Em tempos como estes importa verificar que respostas há para a população. Se os jovens já não tinham uma circunstância fácil antes da pandemia, esta não veio facilitar, em nada, a condição daqueles que procuram construir o seu trajeto de vida. Porém, o Governo Regional da Madeira num esforço coletivo procurou mitigar a situação destes jovens, através do Orçamento Regional apresentado para 2021.
Na Educação aumentaram-se os valores das bolsas de estudo em 900.000,00€, num esforço que equivale a investir mais 10% face ao ano anterior. Na transição entre a Formação e o Emprego, prevê-se ainda a criação de um novo programa direcionado aos Estudantes finalistas com o intuito de, ainda em contexto de formação, estabelecer um primeiro contacto no mercado de trabalho atalhando as distâncias de dois setores que devem ser próximos: Ensino Superior e a Economia.
Em 2021, reforça-se as condições de empregabilidade dos mais jovens e a sua inserção em mercado de trabalho. Isso traduz-se num aumento das comparticipações dos Estágios já a decorrer, bem como, de novas candidaturas que venham a acontecer em 2021. É este Governo que em matéria de Juventude propõe, ainda, criar um programa de apoio aos jovens desempregados e empreendedores. Esta é uma medida que acredita nos mais jovens porque vê-os como agentes de mudança e robustecimento do setor empresarial e da livre iniciativa privada. Acredita nos mais jovens, porque não discrimina ninguém independentemente do seu trajeto pessoal ou profissional. Acredita nos mais jovens porque assume que o Desemprego não é um estigma de insucesso, é uma condição circunstância de uma economia mundial amplamente fragilizada.
2020 não foi de certeza o ano que todos queríamos e ambicionávamos. Não foi um ano de grande correria e azáfama nas decisões da nossa vida. Exigiu-nos, de forma geral, um compasso de espera entre os nossos sonhos e projetos. Permitiu, no limite, que houvesse a coragem para desenhar o 2021 e, com isso, resgatar o futuro. E nesse aspeto, não havendo respostas absolutas para se sair de uma crise, é importante salientar este Governo se preocupou com os jovens na elaboração da sua resposta. E a razão é simples: os jovens mais do que futuro são o presente. Presente esse que queremos receber de braços abertos, tal como o próximo ano.