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Mais um mês

É bastante triste e frustrante assistir ao que está a acontecer sem nada podermos fazer…

Como fugir ao tema que mais me tem ocupado a mente e o espírito, nos últimos meses largos? Como não partilhar pensamentos, dando conta dos últimos desenvolvimentos, para que se possa ir fazendo ao menos algum escrutínio aos sempre muito prolixos anúncios?

Sei que será maçadora a repetição para quem resiste a ir lendo estes escritos, ainda para mais porque o que neste momento todos precisamos é de discursos de arco-íris e unicórnios, tecendo ao mesmo tempo loas à capacidade de decisão daqueles encarregues de conter o vírus, “no matter what”.

Mas passou mais um mês. E que mês! Para perceberem a dificuldade, imaginem o que seria sofrer um corte salarial de 75% e, mesmo assim, terem de pagar duas vezes a maior despesa que têm com a Vossa casa, mais o condomínio e ainda contribuir para que o prédio faça um parque infantil para as 2 crianças que habitam o local, que por acaso até nem são suas…

Para piorar, a ajuda para pagar a tal despesa maior em duplicado afinal fica-se por uma ínfima parte do que foi prometido e o quarto, de onde tínhamos despejado um dos filhos adolescentes para o podermos alugar foi cancelado à última da hora; o Sr. Boris achou de imitar outras Ilhas…

E agora? Como ficamos, depois de tanto caracter gasto a alertar para o problema económico das decisões de saúde tomadas caso não chegasse ajuda atempada e suficiente? Porque ela não foi nem atempada, nem suficiente!

Dizem-nos que não há dinheiro. As contas sobre o que custaria ao erário público arcar com as consequências das suas decisões está feita. Seria o equivalente a 20% do que se gastou em 2019 em obras, de acordo com notícia recente do DN a propósito do investimento em betão nesse ano. E estou a falar do todo do sector do Turismo (não só hotelaria), durante um ano inteiro!

Por lá, a coisa não é muito diferente e basta pensar no exemplo da TAP, no mistério que foi termos trocado um aval num empréstimo de 350 milhões de euros por uma injecção de 1,2 mil milhões, já este ano. Voltando às percentagens, provavelmente com 10% desse valor colocado num fundo de captação de rotas às tantas nem precisávamos da companhia para nada…

São escolhas, dir-me-ão! A ver vamos, já agora em Janeiro, quais as consequências destas escolhas mas é bastante triste e frustrante assistir ao que está a acontecer sem nada podermos fazer…

Eu optei por lutar e não vou desistir de tentar sobreviver mas era bom que percebessem quão difícil é o cenário actual para todo o sector… Bom Ano!

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