Coronavírus Madeira

Investigador do 'Ricardo Jorge' contraria o que disse Miguel Albuquerque

Em causa o facto de um dos casos da estirpe do Reino Unido ter origem em Lisboa e Vale do Tejo

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Foi na conferência de imprensa da Direcção-Geral da Saúde, que decorreu no início da tarde desta terça-feira, que João Paulo Gomes, do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), responsável pelo estudo português de sequenciação genómica do SARS-CoV-2, disse que a nova estirpe do vírus apenas se encontra em circulação na Madeira.

Desta forma, o investigador conclui que a informação avançada ontem pelo Presidente do Governo Regional, de que um dos 18 casos de Covid-19 associados à nova estirpe originária do Reino Unido detectados na Madeira teria origem em Lisboa e Vale do Tejo “não se confirma”.

Relativamente à circulação da nova variante na capital, nós ainda não temos a informação de que isso aconteça. Apesar de ter sido noticiada a existência de um caso associado a Lisboa e Vale do Tejo, essa informação não se confirma. João Paulo Gomes, investigador do INSA

As 21 amostras, referentes a 18 casos da nova estirpe, “dizem respeito a cidadãos portugueses e alguns estrangeiros”, todos associados a colheitas feitas na Madeira, que foram as únicas, até ao momento, analisadas pelo INSA.

O trabalho que está, agora, a ser desenvolvido com amostras colhidas nos aeroportos de Lisboa e do Porto, bem como na comunidade, poderá vir a revelar a existência dessa nova estirpe em algumas regiões do território continental português, o que, por enquanto, ainda não é conhecido.

João Paulo Gomes dava conta, ainda, de que para um caso ser considerado suspeito da nova estirpe, não basta haver um historial de viagem ao Reino Unido. “A maior suspeita que nós temos é o kit de diagnóstico falhar um dos alvos”. A confirmação da estirpe do vírus em causa é conhecida após ser aferido o resultado da sequenciação do genoma, sendo necessário cerca de 4 dias depois de as amostras entrarem no INSA.

Em resposta a questões colocadas pelos jornalistas, o investigador não se mostrou admirado caso a esta nova estirpe venha a ser identificada no continente, indo ao encontro do que foi dito pelo Presidente do Governo Regional madeirense, referindo que Portugal é o segundo país, para já, com mais casos desta variante do vírus, logo depois do Reino Unido.

Eu não me vou admirar, naturalmente, que a variante já esteja a circular no continente, também, porque posso dizer-vos que independentemente dos relatórios que têm surgido, de várias dezenas de países que já detectaram a variante, eu baseio-me, essencialmente, nos dados comprovados. E quando nós vamos às bases de dados públicas, nos quais estão depositadas as sequências dos genomas já sequenciados com vírus que correspondem a esta variante, na realidade existem 15 países. O Reino Unido em primeiro, com cerca de 4.200 sequências, e Portugal aparece em segundo. Apesar de termos só estes 18, já estamos em segundo”.  João Paulo Gomes, investigador do INSA

Para isso, adiantou, contribui o facto de a Madeira ser um destino de férias privilegiado dos ingleses, bem como pelo grande número de emigrantes portugueses que estão ligados às ‘terras de sua majestade.  

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