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Campo de refugiados sírios no Líbano incendiado após altercação com clã local

FOTO NABIL MOUNZER/EPA
FOTO NABIL MOUNZER/EPA

Habitantes oriundos de um clã do norte do Líbano incendiaram hoje um campo de refugiados da Síria após uma altercação opondo uma família e "trabalhadores sírios", de acordo com informações locais confirmadas pela France-Presse.

De acordo com a agência France-Presse (AFP), a notícia avançada pela agência nacional de informação do Líbano (ANI) foi confirmada pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Segundo a informação disponível, o incêndio num campo da região de Al-Minyeh fez vários feridos, que foram transferidos para um hospital dos arredores, não sendo ainda conhecido o número exato de pessoas afetadas. "O incêndio propagou-se a todos os abrigos", feitos de revestimentos de plástico e madeira, indicou à AFP um porta-voz do ACNUR, Khaled Kabbara, precisando que o campo acolhe cerca de 75 famílias.

Os problemas começaram com uma "altercação" opondo um membro de um poderoso clã do norte do Líbano, Al-Mir, e "trabalhadores sírios", de acordo com a agência libanesa ANI. Segundo a agência, outros jovens desse clã intervieram e "incendiaram certas tendas de refugiados". A defesa civil tentou controlar o incêndio, enquanto o exército e a polícia foram chamados para restabelecer a calma, segundo a ANI, citada pela AFP. Uma fonte de segurança indicou à AFP que foram ouvidos tiros, precisando que a altercação na localidade de Bhanine começou após os trabalhadores sírios reclamarem um salário que os seus patrões recusaram pagar. "Algumas famílias fugiram dos lugares por medo porque também houve barulho de explosões causadas por botijas de gás domésticas", disse o porta-voz do ACNUR, que está a monitorizar a situação de perto.

O Líbano diz acolher no seu país 1,5 milhões de sírios, dos quais perto de um milhão estão inscritos junto da ONU como refugiados fugidos do conflito no seu país. As organizações não-governamentais (ONG) não param de denunciar as medidas discriminatórias e os discursos de ódio dos quais são vítima os refugiados no Líbano, onde a maioria dos partidos, mas também uma parte da opinião pública, reclama o seu regresso à Síria. No final de novembro, cerca de 270 famílias de refugiados sírios foram despejados de uma localidade no norte do Líbano, Bcharré, depois de uma altercação implicando um trabalhador sírio acusado de matar um habitante.

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