Madeira

"É neste Verbo que encontramos a chave de tudo quanto existe"

Homília do Bispo do Funchal na solenidade do Natal valoriza a força da Palavra

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O bispo do Funchal centrou a sua homília da Solenidade do Natal na importância da palavra com a qual Deus começou a criar e a colocar ordem nos diferentes elementos. “Deus criou do nada tudo quanto existe — ou seja: Deus não necessitou de uma “matéria prima”, de um qualquer outro princípio, mesmo de uma qualquer outra realidade que se lhe opusesse, um “não” que fosse. Bastou-Lhe proferir uma Palavra, expressar-Se. E isso significa, também, que a Sua Palavra traz consigo, como necessidade, o efeito daquilo que diz. Deus diz e a realidade acontece”, sublinha D. Nuno Brás.

O prelado diocesano que preside à missa na Sé do Funchal refere que é pela Palavra que  Deus dá conta da Sua intenção, da Sua vontade, do desejo de viver em comunhão com os homens. “É neste Verbo (Palavra, Sabedoria, Razão, Expressão, Acontecimento) que encontramos a chave de tudo quanto existe, o segredo de toda a vida, a solução de todo o drama humano. É este Verbo, esta Palavra, que todos os seres humanos (crentes ou não) procuram conhecer. É Ele que se encontra na raiz das investigações dos cientistas; é Ele o motivo do pensamento dos sábios; o porquê do agir dos empreendedores e dos trabalhadores. É Ele a razão, o motor da existência humana: é a felicidade que todos os seres humanos buscam desesperadamente”.

O Verbo que se fez carne, de modo que todos o possam ver, escutar, tocar, “acontecimento único, impensável, que jamais tinha passado pela mente humana — é este acontecimento de Deus que na sua Palavra se faz homem mortal (mais: que se faz Menino, nascido pobre no meio de animais, num Presépio, para que os mais pobres entre os pobres O pudessem visitar, adorar, reconhecer, alegrar-se com o seu nascimento e viver em comunhão com Ele desde o início) — é este acontecimento que hoje celebramos, o centro da história e de toda a realidade”.

É neste acontecimento que consiste o Natal, esclarece o bispo, assegurando que é deste acontecimento que surgem, depois, todas as consequências que enchem, desde então, a celebração deste dia: “a paz, harmonia, alegria, vida comunicada e partilhada, festa, abundância, música, luz”.

E porque o Verbo continua hoje a fazer-Se carne, o Bispo faz um repto aos católicos; “Deixemos que Ele encontre o nosso coração e o dilate; que encontre a nossa fragilidade e a transforme; que encontre o nosso pecado e nos converta e purifique”.

Deus fez-se homem. Fez-se carne. Um como nós, mortal, frágil. E, nesse momento, a história encontrou o seu centro, encontrou o acontecimento à volta do qual tudo gira. A razão de ser de tudo o que existe, o motor que tudo faz mover e acontecer. D. Nuno Brás
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