Razões para votar em João Ferreira para Presidente
Num mundo onde se tenha acabado a esperança, deixamos de olhar para o futuro, deixamos de o ver. «A cegueira também é isto, mas a «esperança» é a maneira como o futuro fala ao nosso ouvido». Num tempo em que tantos não vêm nem ouvem o futuro falar-lhes ao ouvido, mais necessário se torna saber organizar e abrir esse futuro. Transformar inquietação em luta. Converter o desassossego em confiança.
A candidatura, de João Ferreira a P.R. é, e será um espaço de luta comum . Assumida com honra , com determinação, com a consciência da responsabilidade e do dever. É uma candidatura unipessoal, apoiada num grande, generoso e combativo colectivo, o PCP. Nesta eleição a cada um, independentemente das escolhas eleitorais que fizeram no passado. João Ferreira apela:
Aos que vivem do seu trabalho, e que sentem que, com o seu empenhado esforço, poderiam viver melhor, se fosse mais justa a repartição da riqueza que criam.
Às mulheres, penalizadas por múltiplas desigualdades, discriminações e violências, no trabalho, na família e na sociedade.
Aos jovens, que não abdicam do direito a serem felizes.
Aos reformados e idosos, que aspiram a uma vivência gratificante no plano pessoal e social depois de uma vida de trabalho.
Vivemos um tempo invulgar, complexo e exigente. O medo é exacerbado e manipulado para restringir direitos e liberdades. A crise aumenta a violência do sistema. Instigam-se divisões e conflitos no seio da população, voltando trabalhadores contra trabalhadores, cidadãos contra cidadãos. O racismo, a xenofobia, a extrema-direita e o fascismo são normalizados e mesmo abertamente promovidos, a partir de alguns dos principais centros de poder económico e seus prolongamentos políticos e mediáticos.
Portugal carrega sérios problemas estruturais.
É a desvalorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários e dos seus direitos.
São as acentuadas desigualdades na distribuição da riqueza, em particular na distribuição do rendimento nacional.
É a prolongada fragilização dos sectores produtivos nacionais com os persistentes défices alimentar, energético, tecnológico e demográfico, o desaproveitamento de amplas potencialidades e recursos do País.
É o continuado desinvestimento nas funções sociais do Estado. A falta de investimento no SNS e SRS. A falta de investimento na escola pública, e a desvalorização da cultura, da ciência, das artes, do património, do conhecimento e do saber no desenvolvimento integral do ser humano e da sociedade.
São os crescentes desequilíbrios territoriais, o abandono à sua sorte de extensas regiões do País e das populações que resistem e insistem em habitá-las e lhes dar vida.
É a promiscuidade entre o poder político e o poder económico, que alimenta a corrupção. São os problemas da justiça, a desvalorização da segurança dos cidadãos e a perversão da missão constitucional das Forças Armadas.
É a submissão do País a políticas e decisões da União Europeia contrárias ao interesse nacional, agravando desigualdades e assimetrias promovendo a divergência.
O problema não é, nunca foi, esse carácter progressista e avançado do regime democrático que emergiu da Revolução de Abril.
O actual P.R. está empenhado numa rearrumação de forças políticas, assente no branqueamento da política de direita e dos seus executores, promovendo a sua reabilitação, na forma da chamada política de «bloco central».
Ninguém deve ser beneficiado ou prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão do sexo, da cor de pele, da religião, das convicções políticas, da situação económica, da condição social ou da orientação sexual. A igualdade não pode ser apenas uma palavra inscrita, tem de ser realidade vivida no dia a dia de todos, todos os dias.
A coesão de todo o território nacional, com a eliminação progressiva das desigualdades económicas e sociais; a plena utilização das forças produtivas e a propriedade pública de meios de produção, de acordo com o interesse colectivo, o aumento da produção agrícola e industrial, o estímulo ao associativismo e à propriedade cooperativa e comunitária, o reforço da inovação científica e tecnológica , tem de ser a realidade concreta no País.
A prevenção e controlo da poluição, em todas as suas formas, com especial atenção sobre as implicações nas alterações climáticas, o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação .
O P. R. não é governo. Mas pode e deve actuar, no quadro das funções que lhe estão atribuídas, usando os seus poderes para impulsionar um sentido de mudança, de desenvolvimento, de progresso e justiça social, no curso da vida nacional.
O Presidente não se pode resignar perante um País com o futuro comprometido e sem esperança. Não se pode resignar perante o desaproveitamento das enormes potencialidades existentes no País, desde logo na sua população, também no seu território terrestre e marítimo. Portugal pode ser mais desenvolvido, mais justo e soberano.
Quando se refere o P.R , retêm-se em geral os importantes poderes que lhe permitem demitir o governo e dissolver a Assembleia da República. Mas esta é apenas uma parte das competências que lhe estão atribuídas.
O direito de veto de legislação, o recurso ao T.C para apreciação da constitucionalidade de leis, o direito de enviar mensagens à A.R e da sua convocação extraordinária, ao peso das suas tomadas de posição públicas. Os vastos poderes do Presidente podem e devem ser usados para impulsionar soluções para os problemas que o País enfrenta.
È preciso enfrentar a resignação e o medo, real ou imaginário. A actual geração não tem de se habituar a viver pior que a geração anterior. Acertemos o passo com a marcha da história, com coragem, com determinação.Vamos defender os valores de Abril com fraternidade, liberdade ,igualdade e esperança, apoiando a candidatura de João Ferreira