Coronavírus Madeira

"Rebaldaria" deitaria tudo a perder

Dono da Flow não se espanta com aviso "óbvio" do Governo. Acredita que não será necessário fechar os centros comerciais

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Foto Arquivo

“Isto não pode ser, como se costuma dizer em linguagem comum, ‘uma rebaldaria’ nos últimos dias de Natal”, alerta Ricardo Alves, lojista presente nos três maiores centros comerciais da Madeira. O empresário dono da Flow não vê qualquer polémica na intervenção do Presidente do Governo Regional que avisou ontem que vai encerrar as grandes superfícies se estas não cumprirem a limitação de clientes. Em última instância concorda com o encerramento em nome da saúde pública, embora esteja confiante que não será necessário chegar a tanto.

Para o lojista, o aviso vem no sentido de sensibilizar as pessoas e os centros comerciais para o cumprimento das directivas. “Já há uns meses para cá tem havido uma comunicação forte para as pessoas anteciparem as compras de Natal e muitas pessoas acabam por adiar, adiar e evidentemente que ficam mais condicionadas pelo tempo e recorrem aos últimos dias para fazer as compras e torna o tráfego maior.”

Nestes dias a procura tem estado acima da habitual para a altura. Nas vezes que foi aos centros comerciais constatou “movimento acima do que é já a média”. Mas não quer dizer que as regras não estejam a ser cumpridas, lembrou. “Se esse movimento ultrapassa o número de pessoas permitido, isso é um dado que já não tenho”. E sai em defesa das grandes superfícies: Pelo que conhece do seu funcionamento, diz que “existe rigor e controlo desse tipo de situação, quer pela via dos parques de estacionamento que estão condicionados, quer pela via de outros mecanismos de controlo que existem”.

O aviso de Miguel Albuquerque feito na conferência de imprensa vem no sentido de as pessoas terem mais cuidado e os centros comercias, as lojas, garantirem o controlo do número de pessoas e o respeito pelas normas de higiene e segurança previstas.

“Não vejo muita polémica em algo que parece-me óbvio”, reagiu. “É desejável, (…) sabemos todos o problema que temos entre nós e temos de ter cuidado e evitar uma série de situações”.

O empresário concorda em último recurso que os centros comerciais fechem. Até porque, recordou, as pessoas estão há meses a conter-se numa série de coisas precisamente para garantir a segurança e que não faz sentido nesta fase deitar tudo a perder.

Enquanto lojista, diz que o grande problema é que as pessoas, a sociedade hoje quer tudo no imediato. “As pessoas têm muita dificuldade em esperar”. E recomenda que se numa loja estiver muita gente, que recorram a outra, ou que aguardem. “Tendo bateria no telemóvel, hoje é mias fácil esperar, pelo menos passar o tempo de uma forma mais confortável”.

Além de paciência e bom-senso, recomenda que quem ainda não fez as compras, que as deixe para horários menos concorridos, como a hora de almoço, final do dia ou de manhã cedo.

Apesar de maior afluência nestes dias, Ricardo Alves diz que a mensagem para antecipar as compras de Natal passou. “Há uma quebra mais acentuada de vendas em relação ao ano passado e aos anos anteriores o que é sintoma de que de facto as pessoas anteciparam”.

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