OMS diz que vacinas não são desculpa para relaxar e colocar outras pessoas em risco
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o perigo do aligeirar das medidas preventivas da covid-19 face à chegada das vacinas, notando o recorde de infeções diárias que tem vindo a surgir.
"A eficácia das vacinas dá-nos esperança, mas isso não é desculpa para relaxar e colocar-nos e aos nossos entes queridos em risco", alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.
Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu "o reforço das medidas sanitárias básicas que vêm sendo alcançadas em muitos países para controlar o vírus".
"Há quem defenda a ideia de que o vírus só atinge os idosos e que com as vacinas já no horizonte podemos relaxar, mas a Covid-19 também atinge crianças ou adultos, podendo atacar qualquer sistema do corpo, é por isso que há muitas pessoas que sofrem consequências de longo prazo", alertou.
O diretor-geral da OMS acrescentou que "as vacinas vão ajudar a acabar com a pandemia, mas os efeitos da Covid-19 far-se-ão sentir nos próximos anos", considerando que a crise na saúde "agravou as vulnerabilidades e desigualdades do planeta".
Na conferência de imprensa especialistas da OMS adiantaram que na próxima semana a agência da ONU poderá aprovar o uso de emergencia da vacina Pfizer-BioNTech e que as primeiras imunizações no programa internacional COVAX poderão começar no final de janeiro ou início de fevereiro.
"A vacina pode ser aprovada na primeira semana de janeiro e esperamos lançá-la num número limitado de países até o final desse mês ou início de fevereiro, vacinando inicialmente os profissionais de saúde dessas nações", disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Swaminathan indicou que, logo após a Pfizer-BioNTech, a OMS também poderá aprovar o uso de emergência da vacina desenvolvida pela Moderna, outra que demonstrou eficácia de 95% em ensaios clínicos.
A vice-diretora de acesso a medicamentos da OMS, Mariângela Simão, acrescentou que a autorização da vacina da Pfizer pela Agência Europeia de Medicamentos, anunciada hoje, é "uma boa notícia".
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 6.191 pessoas dos 376.220 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.