Ameaças desmedidas
Boa noite!
Não está tudo controlado. A prova foi obtida, hoje ,diversas vezes, pois o dia fica marcado por sérios avisos aos madeirenses, cumpram ou não com as medidas preventivas em vigor.
Se "a partir de hoje é que tudo “vai entrar na ordem” é porque, como já tínhamos escrito, houve condescendência e falta de firmeza na acção executiva e inspectiva. Aliás, bem sabemos que um ou outro governante foi avisando quem podia a que horas a brigada da ARAE passava no estabelecimento. E como alguns continuam a prevaricar, porventura, contribuindo para que o vírus alastre, quem estava à espera de medidas mais restritivas, em vez de ameaças e outras manobras de diversão, ficou desconsolado.
Se somos assumidamente tratados como irresponsáveis, invasores de centros comerciais e supermercados que assim não cumprem as regras de saúde pública, é sinal que não temos perante a mesma realidade idêntico comportamento. Também ontem fui às compras e tanto num espaço, como noutro, não notei nenhuma anomalia, nem gente a mais. Aguardei pela minha vez, não protestei e evitei pisar o risco. Já agora, parabéns aos lojistas pelo atendimento sereno e educado, apesar da dificuldade do contexto. Por isso, a acusação não descola da habitual estratégia de culpabilização de terceiros.
Se nada muda até final do ano porque “está nas mãos de todos os cidadãos” fazer com que tudo corra bem, estranha-se que o plano para ver o fogo ainda esteja demasiado vago, tal como as regras para os eventos. Sobra por isso a suspeita que nem tudo está devidamente ensaiado.
Se a capacidade de testagem é inquestionável e se há gente que desespera para ser chamado pela segunda vez ou para saber o resultado do primeiro teste, então o problema é de outra estirpe.
Se o representante da República para a Madeira nota "displicência" dos que não usam a máscara na via pública e anunciou que vai pedir à PSP para agir mais nestas situações é sinal que nem todos cumprem, nem a polícia tem capacidade para zelar de modo a que as regras não sejam desrespeitadas. Por isso, o melhor é cada um exercer vigilância colectiva, aplicar correcção fraterna e ser um agente de autoridade, mesmo que os negacionistas surjam depois nas redes a carpir mágoas, quem sabe à espera de clemência para as suas omissões.