Governo da Madeira diz que houve "excesso de zelo" com passageiros da British Airways
O presidente do Governo da Madeira disse hoje que houve "excesso de zelo" no caso dos 43 passageiros da British Airways que tiveram de permanecer a bordo do avião, no Funchal, por decisão do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O Governo da República decretou no domingo que apenas os residentes em Portugal ou os cidadãos portugueses e respetivos familiares podem entrar em território nacional oriundos do Reino Unido, ainda que sujeitos a um teste negativo PCR ao SARS-Cov-2.
A restrição, com efeito a partir das 00:00 de hoje, foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.
"Nós tínhamos sugerido às autoridades de fronteira e dos serviços da Administração Central do Estado que tínhamos uma sala onde os passageiros podiam ficar acondicionados com maior conforto", disse Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa sobre as novas medidas de combate à covid-19 no arquipélago da Madeira.
Segundo o governante, os serviços do SEF comunicaram que "os passageiros ficariam dentro do avião, onde permaneceram durante três horas".
"É evidente que tudo isto foi muito desagradável e não é, de facto, consonante com a tradição da nossa hospitalidade", lamentou.
Para Miguel Albuquerque, "parecia que estava a chegar um conjunto de bandidos à Madeira".
"Acho que é um excesso de zelo sem necessidade nenhuma, quando o que era preciso era articular uma situação inicial, uma vez que os despachos do Ministério dos Negócios Estrangeiros surgiram ontem [domingo], à noite, não havia tempo sequer para circular informação e as coisas serem bem feitas", referiu, salientando que houve uma "desinformação" à saída do avião na origem.