5 Sentidos

Espectáculo celebra valores do Natal

‘Mr. Green - Natal outra vez?!’ foi apresentado esta manhã. Estreia no dia 12

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Foto DR

Foi apresentado esta manhã no Teatro Municipal Baltazar Dias o espectáculo ‘Mr. Green - Natal outra vez?!’, com estreia no próximo dia 12. Para o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, o espectáculo que será levado a palco é uma celebração dos valores que unem a generalidade da população nesta quadra. O produtor, Ricardo Araújo, acredita que vai esgotar rapidamente.

Presente na sessão, o autarca destacou o trabalho da equipa, uma demonstração de que o empenho comum e o uso dos conhecimentos para o desenvolvimento e superação de dificuldades leva “a bom porto". O presidente acredita que a nova produção vem enriquecer toda a programação de Natal do Funchal e que com o trabalho ficarão os funchalenses e a cultura a ganhar.

‘Mr. Green - Natal outra vez?!’ é “prova provada de que está em nós a capacidade de reinventar, ano após ano, ciclo após ciclo, tudo aquilo que vamos fazendo, independentemente das adversidades que o contexto envolvente nos proporcione”, afirmou. “Alguém dizia que nunca atravessamos duas vezes o mesmo rio, em primeiro lugar porque a água do rio já não é a mesma, em segundo lugar porque nós já não somos os mesmos na segunda vez que atravessamos. E este é um bom exemplo daquilo que se consegue fazer. Quando nos colocamos com um propósito em mente somos capazes de atravessar o rio as vezes que forem necessárias, mantendo sobretudo o espírito e o talento de todos aqueles que se envolvem”.

E nele estão envolvidos Juliana Andrade, directora artística, Carolina Caldeira, autora do texto adaptado, e Márcio Faria, director musical, que estiveram presentes na sessão. Juliana destacou a dificuldade de fazer passar os dias dentro do mesmo dia, tendo revelado que desenvolveu o seu trabalho a partir de três ideias centrais: o facto de o personagem principal estar preso dentro de um livro e dentro do dia 24; de ‘Mr Green’ contratar em tudo com a aldeia (personalidade, cores e vivência do Natal); e a desmistificação do Natal, que não está nas coisas, no material, mas nas pessoas, tendo recorrido às meias demostrar que não importa a prenda, mas o gesto. “O material é sempre menos que o lado humano”, disse a directora artística. “Independentemente de ter sempre muita coisa, vemos sempre mais as pessoas do que as coisas”, adiantou Juliana Andrade, referindo a diferença de tamanho usada como estratégia para sublinhar precisamente esta aposta no lado humano da quadra.

Carolina Caldeira também pegou neste “clássico muito americano” à sua maneira. “Decidi pegar neste clássico e revertê-lo um bocadinho, inverter a narrativa e pegar nesta ideia de repetição, mas que a moral fosse a mesma, que é o Natal não é sobre as coisas, é essencialmente sobre as pessoas e sobre os nossos afectos”. Assumiu que escreveu o texto a pensar já no actor Ricardo Brito para o interpretar e que o desafio maior foi manter o espírito do Dr. Souss, que tem “um lado obsessivo”, “muito anos 60”, “muito em espiral”.

Márcio Faria apostou em vários timbres e instrumento pouco usuais, na linha do que costuma fazer. Desta vez a orquestra junta um trombone, um acordeão, lâminas com percussão, um piano, contrabaixo e efeitos. A música foi construída com base em temas de Natal, como ‘Noite Feliz’ e ‘Jingle Bells’. No espectáculo a orquestra vai “de certa forma dialogar” com o protagonista e com os outros elementos em palco, revelou. Não só nos temas cantados, mas no conjunto. Há também uma homenagem ao tema original do filme ‘Grinch’.

Os bilhetes para o espectáculo estão já à venda. O produtor acredita que vai esgotar rapidamente. As sessões são apenas para 50 pessoas. Ricardo Araújo fez votos para que esta época seja vivida de outra forma e que o espectáculo “seja uma forma de dar alguma normalidade” nesta época de Natal.

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