Bolsonaro encontra-se com Benítez para 'casamento perfeito' entre o Brasil e Paraguai
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recebeu o chefe de Estado paraguaio Mario Abdo Benítez, hoje, na cidade de Foz do Iguaçu, com quem disse celebrar o que descreveu como um "casamento perfeito" entre os dois países.
Os dirigentes visitaram as obras da segunda ponte entre os dois países, que está sendo construída sobre o rio Paraná e ligará a cidade brasileira de Foz de Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco num ponto próximo à tríplice fronteira, que também inclui a Argentina.
"Este é um trabalho de integração" entre dois países que têm um "casamento perfeito", declarou Bolsonaro ao receber Abdo Benítez, a quem descreveu como "um Presidente que realmente cuida e trabalha para seu povo, que tem a democracia e a liberdade como lema".
O encontro, o terceiro entre os dois líderes nos últimos dois anos, ocorreu no lado brasileiro da fronteira e, segundo fontes dos dois países, terá uma "agenda aberta", embora com foco na integração e no comércio bilateral.
Os líderes também conversaram sobre questões relacionadas ao Mercosul, bloco de livre comércio que os dois países compõem juntamente com Argentina e Uruguai, e que neste mesmo mês realizará sua cimeira semestral, embora de forma virtual, devido à pandemia do novo coronavírus.
Nessa cimeira, o Uruguai entregará a presidência semestral do Mercosul à Argentina, cujo presidente, Alberto Fernández, é agora o único progressista em um bloco dominado por líderes eleitos com programas de direita, como Bolsonaro, Abdo Benítez e o uruguaio Luis Lacalle Pou.
O Governo paraguaio também anunciou que pretende discutir a futura negociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que rege a operação e distribuição da energia gerada pela hidrelétrica compartilhada pelos dois países.
Paraguai e Brasil terão de renegociar esse tratado em 2023 e devem discutir em particular uma cláusula na qual fica estabelecido que cada país recebe 50% da energia, mas deve vender ao outro parceiro o que não utiliza.
O Paraguai atende sua demanda com pouco mais de 5% da energia que recebe de Itaipu, então o restante acaba no Brasil e a preços preferenciais, bem inferiores aos do mercado.