Agência dos EUA alerta que ataque informático é ameaça grave e de combate difícil
O ataque informático em larga escala contra vários departamentos da administração norte-americana representa "uma ameaça grave" e as medidas para o impedir são "extremamente complexas e difíceis", disse ontem a agência de cibersegurança dos EUA.
Em comunicado, a agência norte-americana de cibersegurança (Cisa) revelou ter "apurado que esta ameaça representa uma ameaça grave para o governo federal e as administrações locais (...) bem como para as infraestruturas essenciais e para o setor privado".
O presidente dos EUA eleito, Joe Biden, manifestou-se "muito preocupado" com este ataque informático descoberto na semana passada, garantindo que a cibersegurança será uma das "prioridades" de seu Governo, noticia a agência AFP.
"Ainda há muito que não sabemos, mas o que sabemos é muito preocupante", referiu o democrata em comunicado.
"O meu Governo fará da cibersegurança uma prioridade a todos os níveis e faremos da resposta a este ataque informático uma prioridade assim que assumirmos o cargo", acrescentou.
Quer a imprensa norte-americana, quer o secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, parecem ter como alvo Moscovo, como o responsável pelo ataque.
A Embaixada da Rússia nos Estados Unidos garantiu que "a Rússia não realiza operações ofensivas no ciberespaço".
Uma fonte do Governo norte-americano tinha revelado anteriormente à Associated Press (AP) que havia suspeita de que os 'hackers' estavam instalados na Rússia. No entanto, esta informação não foi confirmada quer pelo Cisa, quer pelo FBI.
Outra fonte governamental, que falou hoje sob condição de anonimato, frisou que o ataque foi severo e extremamente prejudicial, embora o Governo ainda não estivesse pronto para culpar publicamente alguém por isso.
"Este parece ser o pior caso de ataque informático da história dos Estados Unidos", alertou, acrescentando que terão "invadido tudo".
A mesma fonte revelou que o Governo está a trabalhar com o pressuposto de que a maioria, senão todas as agências governamentais foram comprometidas, embora a extensão dos danos ainda não seja conhecida.
As intenções dos ataques parecem ser a espionagem e recolha de informações valiosas e não a destruição.
O ataque prolongou-se durante vários meses antes de ser descoberto pelo grupo de segurança informático - FireEye - que também foi alvo de intrusão, na semana passada.
De acordo com o FireEye, os governos e as empresas, em ações de consultoria nas áreas da energia e tecnologia foram afetados: na América do Norte, Europa, Ásia e Médio Oriente.
A SolarWinds indicou, entretanto, que cerca de 18 mil clientes, entre os quais grandes empresas e departamentos estatais norte-americanos, ao acederem ao programa permitiram que os piratas informáticos penetrassem, pelo menos, nos sistemas de correio eletrónico.
Mesmo assim, não se conhecem os conteúdos que foram roubados assim como se desconhece ainda a verdadeira escala da operação.
Face à ameaça e aos ataques, a Cisa ordenou a todas as agências federais norte-americanas a desligarem de imediato a plataforma SolarWinds.