Viva o Natal!
Como se sabe, vivemos em tempo de pandemia, mas o Natal está a chegar e é desejável que apesar de tudo, esta época seja prazerosa, tendo em conta que o Natal para grande parte da população representa um momento de confraternização, atividades comerciais, consumismo, saídas em família, troca de presentes, preocupação com indumentárias e iguarias típicas da época, muitas das vezes com alguns excessos.
Mas o período atual poderá ser a fonte para reflexão no verdadeiro sentido do Natal: no nascimento do menino Jesus, que traz a esperança renovada, o amor, a reconciliação, um novo recomeço, que se traduz numa tomada de consciência que leva à introspeção, assente numa nova mudança de valores que se reflete no encontro do ser humano consigo próprio.
Valores estes, que assim cimentados poderão ser transmitidos às crianças, sem se esvaziar o sentido da época natalícia e da vida, vivendo o Natal de forma harmoniosa sem nunca descurar a componente espiritual.
O ano de 2020 tem sido um ano penoso com limitações e adaptações que condicionaram o nosso habitual comportamento humano. Contudo, podemos resgatar princípios morais que nos ajudarão a passar esta época de forma genuína:
Valorizar as relações com os familiares com quem vivemos, sem se deixar “deslumbrar” pelos compromissos sociais, presentes, vestuário e “manjares” típicos.
Generosidade: preocupação pelos demais em relação ao desfavorecimento social, à doença, à solidão, auxiliando estas pessoas da melhor forma possível.
Criar momentos seguros com familiares queridos e amigos, em que por exemplo, possamos estar com os mesmos utilizando a máscara num local arejado, renunciando os encontros e convívios habituais.
Valorizar a natureza de forma a planear atividades ao ar livre para compensar outras que não sejam possíveis este ano. Assim também se liberta do uso excessivo das tecnologias, principalmente pela camada mais jovem, tão utilizada nos momentos familiares (refeições), entre encontros de amigos e parentes.
Com a chegada desta tradicional época recomenda-se que não haja restrição alguma no que diz respeito às decorações natalícias caseiras, antes de tudo: o tradicional asseio e organização da casa para dar lugar à elaboração do presépio e à decoração da árvore de Natal que culmina com a cintilante estrela no topo do pinheiro.
O ritual da construção da árvore de Natal e do presépio representa uma espécie de criação do próprio indivíduo que espelha o seu sentir naquilo que é tão simples como colocar na árvore gesto após gesto os pingentes e as luzes.
A visualização de todo o ambiente, acrescentando uma música de Natal de pano de fundo e a paragem do olhar na chama de uma vela acesa provoca uma mudança neurológica que produz um sentimento de felicidade e bem-estar. As cores brilhantes e as luzes podem aumentar os níveis de energia e trazer recordações das vivências passadas felizes, se tem memórias de uma infância feliz de natal é provável que em adulto queira reproduzir esse sentimento o mais idêntico a outrora.
Caso este espírito natalício pareça não existir, acredite que ele aparecerá quando começar com as suas decorações natalícias caseiras, recriando-se a si próprio e recuperando a sua essência, quebrando assim esta corrente de estado mental pandémico.
Relembrando que esta quadra para muitas pessoas é traduzida como uma época mágica, de amor, de inocência e de alegria.