Pedido natalício
Meu Menino Jesus, deparai um botão de pânico aos nossos decisores
Há uma tradição de formular os pedidos às entidades superiores para passar a época natalícia em beleza e proporcionar um ano vindouro mais favorável. E está na hora de materializar esse pedido. Cada um acredita no que quiser, mas a nossa cultura cristã encaminha-nos para o Menino Jesus. Simultaneamente, com o acentuar da cultura consumista, o Pai Natal, sobretudo, junto das crianças, ganhou um papel fundamental de interlocutor na obtenção dos desejos.
Outros haverá que não se revêem em nenhum dos dois. Pois muito bem, temos todos o direito a fazer as nossas opções e exercê-las da forma que bem entendermos, desde que, naturalmente, respeitando as crenças dos outros.
Neste contexto, a uma semana do Natal, acho que está na hora de formular o meu pedido. E face ao que atravessamos, peço ao Menino Jesus/Pai Natal que dê, antes de mais, muita saúde a toda a gente. Mas, tenho de acrescer mais alguns pedidos. Aos meus concidadãos, para que a saúde seja ainda melhor, dai-lhes discernimento e consciência da situação que se atravessa. Que haja consciência de que os comportamentos irresponsáveis penalizam os outros, começando na família e nos amigos mais próximos. Peço ainda que haja alguma tolerância para com os nossos governantes que, acredito, estão a fazer o melhor que sabem e podem, para termos as melhores soluções no combate à pandemia que nos assola. Não podemos esquecer que a pandemia não afectou apenas a saúde… A economia está a atravessar uma crise que pode ser superior às crises recentes conhecidas de todos, por serem tão recentes. De 2008 a 2013... É muito fácil apresentar soluções depois de conhecidos os factos. O difícil é, previamente, apresentar a melhor solução, como ficou provado por tudo o que tem acontecido por todo o mundo.
Com isto não pretendo dar carta branca a que quer que seja. A crítica construtiva deverá ser exercida e acolhida.
E aos nossos governantes e políticos em geral, peço que haja coerência e discernimento. Será degradante para a classe as manobras de cintura, porque o lugar mais adequado para o contorcionista é o circo ou outra qualquer sala de espectáculos que não os Parlamentos. E, nos últimos tempos, temos assistido a cada manobra contorcionista de bradar aos céus. Por isso, meu Menino Jesus, deparai um botão de pânico aos nossos decisores para ser activado antes de exporem ou materializarem uma ideia pouco rocambolesca e de méritos duvidosos.
Concluindo, minha Alta Entidade, afinal o que peço não é nenhum bem material. Apenas que o ser humano seja mais coerente, consciencioso e tolerante.
E a todos, particularmente aos meus conterrâneos, que, com muita saúde, venha um feliz Natal e o ano de 2021 seja suficiente para esquecer as agruras do ano que está a findar.