Jovem marroquino imola-se pelo fogo após ser enganado por máfia migratória
Um jovem marroquino imolou-se hoje pelo fogo na cidade de Dakhla, no Saara Ocidental, em protesto contra uma máfia relacionada com as migrações, que alegadamente falhou a promessa de o levar para as ilhas Canárias, em Espanha.
Segundo o que fontes de segurança marroquinas avançaram à agência de notícias Efe, o jovem ateou fogo em si mesmo diante de uma esquadra de polícia da cidade e, apesar de não ter morrido, está internado na unidade de cuidados intensivos do hospital local, com queimaduras de terceiro grau.
Natural de Agadir, cidade no sul de Marrocos junto à costa atlântica, o jovem rumou a Dakhla, cidade de onde têm partido embarcações com migrantes principalmente de Marrocos, mas também da África Subsariana.
O ato do jovem coincidiu com o dia do 10.º aniversário da morte do jovem tunisino Mohamed Bouazizi, numa explosão por si provocada, em protesto contra o facto de a política ter confiscado um carro com fruta, que marcou o início da denominada 'Primavera Árabe'.
O diretor para as Migrações do Ministério do Interior de Marrocos, Khalid Zerouali, disse, na terça-feira, que, neste ano, as forças de segurança do país bloquearam a saída de cerca de 32.000 pessoas da sua costa, principalmente para as Ilhas Canárias.
Em 2019, as forças marroquinas impediram a saída de 74 mil pessoas.
As Ilhas Canárias já receberam, neste ano, mais de 20.000 migrantes sem documentação, tendo mais de metade nacionalidade marroquina.