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Presidente do Brasil modera discurso contra vacinas

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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, moderou o seu discurso cético em relação às vacinas contra a covid-19 ao dizer, no lançamento do programa de imunização brasileiro, que a vacinação permitirá ao país "voltar ao normal".

"Depois da tempestade, a calma. Os 27 governadores [dos estados do Brasil] têm um objetivo, o bem comum, a volta à normalidade", disse Bolsonaro na cerimónia de apresentação da campanha de vacinação, que foi muito criticada por especialistas.

Jair Bolsonaro também anunciou que vai assinar um decreto esta semana libertando 20 mil milhões de reais (3,2 mil milhões de euros) para a compra de doses "de uma vacina que atenda aos critérios de segurança e eficácia" da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.

O chefe de Estado prometeu que a vacina seria gratuita e não obrigatória.

Na terça-feira, durante uma entrevista a José Luiz Datena, famoso apresentador de televisão do país, Bolsonaro questionou a segurança das vacinas.

"Estou lhe dizendo, não vou ser vacinado. É problema meu, ponto final", disse o Presidente brasileiro, que já foi infetado pela covid-19 em julho.

O ministro da Saúde do país, Eduardo Pazuello, por sua vez, anunciou que a vacinação no Brasil deve começar em fevereiro.

O ministro especificou que as vacinas fabricadas no país serão adquiridas "em prioridade", o que inclui o imunizante do laboratório chinês Sinovac, continuamente desacreditado pelo Presidente Bolsonaro nas últimas semanas, e que será fabricado pelo Instituto Butantan.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (182.799, em mais de 6,9 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.636.687 mortos resultantes de mais de 73,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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