Rio pede mais locais de vacinação e "coragem" se for preciso apertar medidas no Ano Novo
O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o Governo deve prever mais locais de vacinação para lá do SNS já na primeira fase e pediu "coragem política" para, se necessário, endurecer as medidas relativas ao Ano Novo.
À saída de uma audiência com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência entre 24 de dezembro e 07 de janeiro, Rio afirmou que o PSD irá na quinta-feira votar uma vez mais a favor desse quadro jurídico no parlamento, por considerar que o país continua a precisar desse estado de excecionalidade.
"Vamos ter agora o Natal, penso que o Governo não irão alterar o aligeiramento das medidas", afirmou, dizendo compreender que seria "muito difícil" inverter o alívio das restrições, como tem sido feito em outros países.
No entanto, o líder do PSD apelou ao Governo a que possa ter outra atitude em relação ao Ano Novo, período durante a qual existe já a restrição de circulação entre concelhos, mas com um recolher obrigatório a partir das 02:00 e com restaurantes abertos.
"Se se verificar um agravamento da situação no Natal, que haja da parte do Governo a coragem política para, na passagem de Ano Novo, haver outra vez medidas mais rigorosas. Se faltar essa coragem, serei o primeiro a dá-la em defesa do interesse nacional", afirmou, embora sem concretizar a que medidas se referia.
Rio defendeu ainda que seria "prudente" que a aplicação de vacinas fosse feita "em mais lugares para lá do SNS", como instituições privadas ou de solidariedade social.
"Era aconselhável que o Governo alargasse o número de sítios onde as pessoas se possam vacinar", disse, apontando que muitos centros de saúde nem sequer são locais "muito amplos".
Questionado sobre como poderá decorrer a campanha presidencial em estado de emergência, Rio disse acreditar que cada candidato terá "consciência" dos limites que a pandemia de covid-19 impõe.
"Os candidatos estão conscientes que o eleitorado saberá olhar para o seu comportamento", disse, desvalorizando a necessidade de haver orientações específicas.
Questionado se está confiante que o candidato que apoia, o atual chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa, irá ter essa consciência, respondeu: "Estou mais do que confiante, estou quase certo que o vai fazer", disse, sorrindo.
O Presidente da República está hoje a fazer uma ronda de audiências com os partidos com representação parlamentar sobre a provável renovação do estado de emergência até 07 de janeiro.
De manhã, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu a Iniciativa Liberal (IL), Chega, Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), CDS e PCP. À tarde, além do BE, são recebidos PSD e PS.
Marcelo já informou que não falará ao país sobre a provável renovação do estado de emergência até janeiro, como fez anteriormente, por ser agora candidato presidencial.
A seguir, vai consultar o Governo sobre o "muito provável" decreto de renovação do estado de emergência de 24 de dezembro até 07 de janeiro, disse o Presidente, em 10 de dezembro.
Portugal contabiliza pelo menos 5.815 mortos associados à covid-19 em 358.296 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.