Reino Unido regista 612 mortes e Boris pede "extrema precaução" no Natal
O Reino Unido registou 612 mortes e 25.161 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, mais do que na véspera, segundo o Ministério da Saúde, após um apelo do primeiro-ministro, Boris Johnson às pessoas para tomarem "extrema precaução".
Na terça-feira tinham sido notificadas 505 mortes e 18.450 novos casos.
A mortalidade inverteu a tendência de descida, e a média diária dos últimos sete dias é atualmente de 422 mortes.
O número de infeções continua a acelerar, sendo a média diária da última semana de 20.923, mais 40% do que nos sete dias anteriores.
Segundo os dados de segunda-feira, estavam hospitalizados 18.038 pacientes, o número mais alto desde 22 de abril, dos quais 1.326 com assistência respiratória de ventilador.
Em Londres, onde entraram em vigor novas restrições mais rígidas para limitar o contacto social, nomeadamente o encerramento de bares e restaurantes, a taxa de infeção é atualmente de 270 por 100.000 habitantes.
Johnson reconheceu que "a situação geral é, infelizmente, pior e mais complicada" do que se esperava quando foi anunciado, há três semanas, uma trégua para o Natal, aliviando as regras para permitir a reunião de três agregados familiares na mesma casa entre 23 e 27 de dezembro.
O acordo entre o Governo de Londres e das regiões autónomas (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) vai manter-se porque "não seria certo criminalizar pessoas que fizeram planos e simplesmente querem passar mais tempo com seus entes queridos".
Porém, numa conferência de imprensa extraordinária hoje à tarde, o chefe do executivo britânico, que dita as regras de saúde em Inglaterra, urgiu os britânicos a reduzirem a dimensão e duração dos ajuntamentos.
"Um Natal menor será um Natal mais seguro, e um Natal mais curto será um Natal mais seguro. Quando dizemos que três famílias podem reunir-se em cinco dias, quero enfatizar que esses são máximos, não metas a atingir", avisou.
Duas das principais revistas médicas do país, o British Medical Journal e o Health Service Journal, publicaram na terça-feira um editorial conjunto, o governo para repensar a decisão porque "custará muitas vidas".
Invocando este aviso, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, anteviu hoje que o levantamento das restrições do Natal vai ser o "próximo grande erro" do Governo devido ao risco de aumentar as taxas de infeção e número de hospitalizações.
Desde o início da pandemia covid-19, o Reino Unido contabilizou oficialmente 65.520 mortes de covid-19 e 1.913.277 casos.