Técnicos de manutenção da TAP congratulam-se com redução dos despedimentos para 10%
O Sindicato de Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) congratulou-se hoje com a redução do número de despedimentos prevista no plano de reestruturação da TAP, de 30% para 10%, anunciada na terça-feira pelo ministro das Infraestruturas.
"O SITEMA -- Sindicato de Técnicos de Manutenção de Aeronaves congratula-se com o facto do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, ter anunciado uma diminuição do número de despedimentos na TAP Manutenção e Engenharia em Portugal (TAP ME). O número atualmente em cima da mesa passa de 30% para 10%", divulgou o sindicato, em comunicado.
O novo número foi anunciado pelo ministro das Infraestruturas e Habitação na audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, na terça-feira.
"Deixe-me dizer-lhe que a TAP Manutenção e Engenharia é aquela que, entre 2019 e 2025, vai perder menos trabalhadores. A quebra é de 10%", afirmou Pedro Nuno Santos, em resposta ao deputado do PCP Bruno Dias.
Face a esta redução, o presidente do SITEMA, Paulo Manso, considerou, na mesma nota, "uma boa notícia" que o ministro das Infraestruturas seja "sensível" aos números que o sindicato tem vindo a expor, que "evidenciam que o rácio de técnicos de manutenção de aeronaves por avião existentes na TAP está no limite do que é aconselhável para ter os aviões a voar em segurança".
"Mesmo comparando com a Ibéria, uma companhia que o senhor ministro tem vindo a caracterizar como a principal concorrente da TAP, podemos dizer que comparamos muito bem. Nós temos um terço dos técnicos de manutenção de aeronaves da Ibéria por avião", apontou Paulo Manso.
Segundo o SITEMA, o rácio de técnicos de manutenção de aeronaves na TAP está atualmente também abaixo da média praticada em companhias de referência, como a Air France-KLM, Turkish Airlines ou a Swiss International Airlines, "onde os valores se situam entre os três e os cinco técnicos por aeronave", e a TAP apresenta um rácio de 1,44 técnicos por avião.
"O SITEMA tem vindo a demonstrar a sua concordância com a necessidade de implementar uma reestruturação na TAP que incida, sobretudo, em transformações no desenho da estrutura hierárquica e no aumento da eficiência competitiva da empresa", considerou, ainda, o sindicato, lembrando que, em 2019, a TAP Manutenção e Engenharia apresentou resultados positivos de 47 milhões de euros.
O Governo entregou na quinta-feira o plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, que, segundo detalhou o ministro na sexta-feira, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões.
Já os órgãos sociais da companhia aérea, que incluem o Conselho de Administração e a Comissão Executiva, vão ter um corte salarial de 30%.