Veredicto do processo Charlie Hebdo é conhecido hoje
O veredito dos ataques ao Charlie Hebdo vai ser conhecido hoje após quase três meses e meio de processo judicial e mais de 150 testemunhas e especialistas que tentaram reconstituir os atentados de janeiro de 2015.
Este veredito diz respeito não só ao ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, levado a cabo pelos irmãos Kouachi e no qual morreram 12 pessoas, mas também aos ataques perpetrados nos dias seguintes por Amedy Coulibaly, com a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores da capital, e a morte de quatro pessoas num supermercado judeu.
A acusação, dirigida pela unidade antiterrorista do Ministério Público, pediu penas entre cinco anos e prisão perpétua para os 14 acusados.
Apesar de nenhum destes réus ter participado diretamente nos atentados - já que os autores foram mortos no local dos diferentes ataques -, são acusados de terem ajudado na logística dos crimes e outros são mesmo acusados de cumplicidade.
Todos os acusados defendem a sua inocência, alegando que desconheciam o intuito 'jihadista' dos autores dos ataques, e a defesa disse mesmo tratar-se de "penas de loucos" para um processo "frágil" e "vazio".
Durante os 54 dias de audiência foram ouvidas as famílias das vítimas mortais, com especial atenção para os familiares dos cartoonistas do Charlie Hebdo, mas também as vítimas que sobreviveram, testemunhas e todas as pessoas que cruzaram o caminho dos terroristas entre 07 e 09 de janeiro de 2015.
Falaram ainda em tribunal os investigadores e foram mostradas provas como o vídeo da polícia logo após o ataque à redação do Charlie Hebdo.
Também os acusados foram chamados a depor.
No início do processo, o Charlie Hebdo voltou a publicar as imagens do profeta Maomé e um novo ataque aconteceu junto às antigas instalações do jornal.
Ainda durante o processo, um dos acusados testou positivo à covid-19 e, de forma a respeitar todas as normas de segurança sanitária e evitar o contágio nas audiências, o processo foi várias vezes suspenso.