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Especialista crê que ataque informático roubou imensos documentos aos Estados Unidos

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O ataque informático a agências governamentais e a empresas dos Estados Unidos pode ter garantido o roubo de uma infinidade de documentos federais, afirmou, na terça-feira, o especialista em conflitos cibernéticos Thomas Rid.

Divulgado pelo jornal The New York Times, o ataque, presumivelmente apoiado pela Rússia, atingiu vários departamentos federais, como o do Comércio e o do Tesouro, e o especialista da universidade Johns Hopkins realçou que a "provável eficácia" da operação se pode comparar a uma outra promovida pelo Estado russo na década de 1990, que teve o Governo norte-americano, o Pentágono (Departamento de Defesa) e a agência de exploração espacial NASA como alvos.

Depois de a investigação a essa operação dos anos 90 ter determinado que a altura dos documentos roubados era de cerca de 500 metros - o triplo da altura do monumento ao primeiro presidente norte-americano, George Washington, de 170 metros, na capital norte-americana - Thomas Rid frisou que o número de documentos agora roubados deve ser superior.

"Uma estimativa realista é a de que foram roubadas várias pilhas de documentos das agências governamentais com a altura do monumento a Washington. Como é que eles [autores] poderiam usar tudo isso? Provavelmente ainda não sabem", declarou à Associated Press.

O especialista frisou ainda que as empresas de defesa e de telecomunicações têm sido alvos populares entre espiões informáticos apoiados por Estados.

As operações só vieram a público há uma semana, quando uma empresa de segurança cibernética, a FireEye, confirmou que tinha sido atacada, mas um funcionário do Governo norte-americano já adiantou que os ataques começaram na primavera deste ano.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA exigiu, na segunda-feira, que as agências federais removessem o 'software' comprometido, embora sem revelar quantas delas foram atacadas.

Já o conselheiro da Cyber Solarium Commission, entidade criada pelo Congresso norte-americano para fortalecer as defesas cibernéticas do país, realçou que os quatro anos sob a administração Trump foram "frustrantes".

"Nada aconteceu seriamente na segurança cibernética. É difícil encontrar algo em que avançámos", disse Brandon Valeriano.

O especialista criticou a eliminação dos cargos de coordenador de segurança cibernética da Casa Branca e de chefe de política de segurança cibernética do Departamento de Estado, dando, porém, nota positiva ao trabalho da Agência para a Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas, sob a liderança de Chris Krebs, que se demitiu recentemente.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Ullyot, já adiantou que a administração Trump está a trabalhar com agências de inteligência, FBI e departamentos governamentais afetados para coordenar uma resposta aos ataques.

A Agência Nacional de Segurança dos EUA sugeriu, na semana passada, que "atores patrocinados pelo Estado russo" estavam a aproveitar as falhas informáticas do Governo federal, mas a Rússia já negou o envolvimento nos ataques.

"Uma vez mais posso negar essas declarações, essas acusações", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na terça-feira, em Moscovo.

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