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Maior projeto turístico em Cabo Verde de 500 ME gera 4.000 postos de trabalho

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A ilha cabo-verdiana do Maio vai ter dentro de três anos um centro turístico, promovido por um grupo internacional, no maior investimento privado no país, de 500 milhões de euros, que prevê criar mais de 4.000 empregos.

A minuta de convenção de estabelecimento do "Little África Maio" foi assinada hoje à tarde, na cidade da Praia, entre o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, e o empresário espanhol Enrique Banuelos de Castro, sócio gerente da Internacional Holding Cabo Verde (IHCV), um consórcio que integra vários outros investidores africanos.

O Centro Turístico - Residencial, Cultural e de Negócios vai ser implementado na Zona de Desenvolvimento Turístico Integrado (ZDTI) da ilha do Maio, tendo como objetivo a promoção e aceleração do desenvolvimento da economia cabo-verdiana.

O complexo turístico tem um investimento global de 500 milhões de euros e prevê a criação mais de dois mil postos de trabalho diretos durante a construção e mais de 4.000 empregos quando começar a funcionar.

Na minuta de estabelecimento, publicado em Boletim Oficial, o Governo cabo-verdiano declarou o projeto de "interesse excecional" e de "enorme interesse nacional", referindo que vai dotar a ilha de "infraestruturas de primeiro nível, edificadas em conformidade com parâmetros ambientais e de sustentabilidade definidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas".

"O Governo entende declarar o projeto de investimento como de interesse excecional no quadro da estratégia de desenvolvimento nacional, tendo em conta a sua dimensão e natureza e as implicações económicas e sociais que representa, designadamente o volume de investimento, a criação de empregos e de riqueza, assim como a criação de condições para um desenvolvimento sustentado do turismo nacional", lê-se no documento.

O complexo, a ser construído em três fases, vai ser gerido e explorado por uma nova empresa, a criar no quadro da parceria, denominada "Little Africa Services" (LAS).

Além da área de entretenimento, considerada a "âncora do projeto", o complexo ainda terá museus e salas de exposições de países africanos, teatro, casino, lojas, centro de congressos/exibições e negócios, centro internacional de negócios, hospital, colégio internacional e habitações para os executivos, quadros e outros trabalhadores.

Com previsão para a primeira fase estar operacional dentro de três anos, a infraestrutura turística incluirá também um complexo turístico, denominado "Little África Resorts", numa área residencial, que incluirá vivendas para cidadãos internacionais de elevado poder de compra.

O centro turístico é promovido por um grupo de empresários hoteleiros, representado pelo espanhol Enrique Banuelos de Castro, que é sócio gerente da IHCV.

Referindo que o projeto é para ser realizado na ilha do Maio, mas que de todo o país, o responsável salientou que vai criar postos de trabalho "de qualidade, estáveis e dignos".

Por outro lado, Enrique Banuelos afirmou que o projeto vai permitir ao Estado aumentar a sua arrecadação de receitas, com os impostos de renda e as prestações dos trabalhadores à segurança social, para serem investidos posteriormente em outras áreas.

"Hoje é um ato muito importante para nós porque tivemos mais de dois anos trabalhando com várias entidades públicas e privadas do país para chegar a este ponto", salientou o investidor, informando que o projeto teve o "apoio expresso" da Organização Mundial do Turismo (OMT), pela sua sustentabilidade.

Para o porta-voz do consórcio internacional, o projeto vai trazer um "turismo de qualidade" a Cabo Verde, diferente do já existente formato de 'tudo incluído', disponibilizando, por exemplo, outros serviços de saúde e de educação.

O centro será igualmente um destino internacional para quem quer conhecer África a partir da ilha do Maio, com museus e representação de cada país africano, com a sua gastronomia, cultura.

Enrique Banuelos de Castro disse que as obras deverão arrancar nos próximos meses, para a primeira fase ficar pronta em 36 meses.

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