Madeira

PS diz que só vendo para crer

Socialistas não acreditam que Governo vá comprar o que falta da SDM apenas por 5 milhões de euros

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Foto Arquivo

“Queremos ver para crer”, reagiu líder do Grupo Parlamentar do Partido Socialista à manchete de hoje do DIÁRIO, que dá conta da intenção do Governo Regional de pagar 5 milhões de euros pelos testantes 51,14% da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira actualmente detidos pelo Grupo Pestana SGPS (47,73% e Francisco da Costa & Filhos (3,41%). “Ou muito nos enganamos, ou estamos perante uma mentira de Pedro Calado”, afirmou Miguel Iglésias, para quem esta negociação do Governo com o grupo privado que tem a concessão da Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) é uma tentativa de resolver a “ilegalidade” da concessão em 2016 e o “imbróglio” gerado por esta. “Querem atirar pó para os olhos, mas não vai acontecer”.

Região dá 5 milhões pela SDM

Aquisição das acções da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) é notícia hoje no DIÁRIO

Cátia Teles , 15 Dezembro 2020 - 07:00

O deputado do PS não acredita que a solução vá ficar por este valor e recorda que em Janeiro deste ano fonte da SDM afirmou ao jornal Público que a venda da maioria do capital poderia ficar em 40 milhões de euros.

O ajuste directo da concepção e exploração do CINM à SDM em 2016 foi “ilegal” no entender do PS, que refere o processo apresentado na Comissão Europeia e a auditoria do Tribunal de Contas, que veio nesse sentido. Segundo o parlamentar, o Governo Regional está desde o final do ano passado à procura de uma solução, “uma via que lhe permita resolver todo este imbróglio. E na sua opinião passa por indemnizar este grupo privado pelo acto ilegal que o próprio Governo regional cometeu.”

Miguel Iglésias critica o facto de Pedro Calado não ser claro nas contas, ao não referir o valor a pagar pela Região pelo activo líquido da empresa. Remetendo novamente para a notícia do Público, recorda que a fonte da SDM referiu que este entraria no cálculo para a concretização do negócio e que rondaria os 10 milhões de euros, assim como os cerca de 4 milhões dos resultados líquidos anuais, multiplicados pelos anos que faltaria cumprir.

“O vice-presidente Pedro Calado não explicita nem explica os descontos que refere, relativamente a pagamentos, fornecedores, etc., não refere também qualquer valor relativamente ao activo líquido da empresa e portanto parece-nos que esta negociata, que não tem outro nome, não vai ficar por 5 milhões de euros”. O processo, acrescentou, “tem sido tudo menos transparente”.

O líder parlamentar vê a notícia lançada pelo vice-presidente como “apenas uma tentativa de lançar poeira para os olhos e tentar que durante uns dias não se fale mais no assunto. Mas não será o caso”, garantiu.

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