República Checa retoma o recolher obrigatório a partir de sexta-feira
O Governo checo decidiu hoje encerrar bares e restaurantes reabertos no último mês, limitar a movimentação e reintroduzir o recolher obrigatório noturno entre as 23:00 e as 07:00, depois de um grande aumento de contágios.
As lojas e serviços vão continuar abertos, embora devam obedecer a estritas medidas de higiene, e os familiares podem continuar a visitar residentes de lares de idosos, embora os visitantes devam submeter-se a testes rápidos de antígenos.
Desde que as restrições foram relaxadas há um mês, com a reabertura de escolas, lojas, bares, restaurantes e ginásios, o aumento de infeções registado forçou o Governo checo a impor novas limitações, que entram em vigor na sexta-feira.
Desde o relaxamento de restrições, a taxa de reprodução (número de pessoas infetadas por caso positivo) subiu para 1,2, nível semelhante desde meados de outubro, quando os checos lideravam o 'ranking' de contágios da União Europeia.
"Os números estão a aumentar e temos de agir. Lamentamos imenso", afirmou o primeiro-ministro, Andrej Babis, depois de uma reunião governamental.
Porém, afirmou Babis, "há estabilidade no número de pacientes internados", atualmente 4.203, mas ao mesmo tempo a incidência do novo coronavírus tem aumentado "também na população idosa".
O país da Europa central, no qual 9.609 pessoas morreram devido ao vírus desde o início da pandemia, tem uma taxa de contágio cumulativa de 576 por cada 100.000 habitantes.
Além disso, o Governo lançou uma campanha para que a população faça testes rápidos de antígenos de forma voluntária e gratuita, para detetar surtos de covid-19.
Nos próximos dias, é esperado que as autoridades checas autorizem a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer para que 10.000 vacinas possam ser utilizadas já este ano, segundo o ministro da Saúde, Jan Blatný.
"A solução será a vacina e vamos preparar um plano detalhado", acrescentou Babis.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.