Conversas diferentes em diferentes natais!
NATAL 2019!
- Oh,rapariga, que cara é essa? Pareces tão aflita.
- Não me leves a mal, mas fico sempre assim quando se aproxima o Natal.
- Não sejas exagerada, desde miúdos a graúdos, toda a gente gosta desta quadra.
- Só em pensar nos almoços e jantaradas que tenho de fazer para familiares e amigos que vão lá a casa, já fico desaustinada!
- E achas isso, um incómodo, uma tristeza? E quando vais à casa deles não só pões os “pés debaixo da mesa?”
- Vou também para lá dar maçada. O Natal não me diz nada. Preferia ficar em casa, com os” pequenos” e o marido, e ocupar os tempos livres, a ler o diário, ver as “novelas “e os noticiários.
- Deixa-te dessa melancolia. Isso fazes durante o ano, todos os dias.
Agora vêm as missas do parto, com todo aquele simbolismo dentro da igreja e música e comes e bebes no adro.
- Se queres que te diga – de todo o coração – já não ligo nada a essa tradição.
- Daqui por uns dias vem a “noite do mercado” que é fenomenal, para comermos uma sandes de “carne-vinho e alhos” e ouvir os cânticos de Natal.
- E tu achas que vou para essa algazarra, para ser aqui empurrada, ali apalpada e chegar a casa mais amassada do que uvas no lagar? Nem pensar!
- Vem aí o circo para levares os teus filhos a ver.
- Isso é mesmo coisa para os “ pequenos”… quero lá saber!
- Bom, amiga, não te quero contrariar, mas acho que devias ter outro modo de pensar. Este ano temos saúde, temos dinheiro para gastos, temos liberdade, para o ano só Deus é que sabe. Tem um BOM NATAL de acordo com a tua vontade.
- Igualmente, obrigado.
NATAL 2020
- Olha quem está aqui. Acho até que foi neste local que falamos o ano passado pelo Natal.
- É verdade. E até foi nesta semana, só que o Natal, este ano, é de uma “pobreza franciscana”!
Pelos vistos, nem vamos poder estar com os familiares e com amigos.
Não vem o circo, onde com os meus filhos sempre passávamos um bocado entretidos.
As missas do parto não vão ter aquela alegria habitual, que tanto fazia lembrar o Natal.
A “noite do mercado” que no nosso espírito natalício já estava enraizado, também não vai haver. É um Natal para esquecer!
- Mas não foi tu que o ano passado me dizias que já não gostavas destas andanças natalícias?
- Eu disse isso, minha amiga? Devia estar com a cabeça perdida.
- Pois é, minha querida. Como dizia minha avó Felisberta, Deus não castiga nem com pau, nem com pedra.
O mal é que nos castigos do Senhor paga o justo pelo pecador!
Mas desejo-te um Natal feliz junto da tua família.
Também para ti e para os teus, minha boa amiga.
Juvenal Pereira