Um “Leitor (não) identificado”
Através de alguém com a face oculta, a minha carta «Caridade com dinheiro alheio», de 02Dez, mereceu as mais grosseiras entorses pela carta «“Dinheiro alheio”?» de 08Dez.
Com demasiada frequência, têm surgido nos últimos tempos dezenas de cartas oriundas de “Leitor identificado” que, pelo seu estilo e propósito, na verdade, configuram ter autoria comum.
Não encontro razões para que alguém, identificando-se na receção, venha depois pregar à assembleia de cara tapada, a não ser algum pudor nos impropérios e inverdades que despeja, ou então, muito taticamente, fazer o jogo de guerra do soldado que sozinho surge a disparar de vários pontos diferentes fazendo crer que são muitos.
Mas, porque não gosto de responder a fantasmas, vou dar-lhe um nome. Seja, por exemplo, ‘Miguel’.
Pois, sr. ‘Miguel’, a sua carta não passa de uma enorme distorção daquilo que escrevi, com argumentos atirados completamente ao lado, não sendo mais que um pretexto para repetir pela enésima vez a saga do contencioso autonómico como panaceia de todos os males da vossa tribo política.
Na verdade, sr. ‘Miguel’, como aliás unicamente bem refere, apenas pretendi insurgir-me contra o que considerei ser um aproveitamento político (sublinho) do GR, não só pela explícita e oportunista apropriação dos dinheiros de apoio ao layoff na RAM, mas também pela obstinada negação de qualquer outro apoio de solidariedade. Quanto ao significado da expressão “dinheiro alheio”, reafirmo que o dinheiro que transitou do ISS nacional para os empregados madeirenses através do ISSM, foi tão alheio a este como é a qualquer tesoureiro de uma empresa o dinheiro com que formaliza e efetua os pagamentos aos seus empregados.
De resto, sr. ‘Miguel’, neste conceito de “alheio” não distingui receitas do GR, sejam aquelas próprias pagas com o nosso suor madeirense, sejam os serviços e transferências totalmente pagos com o suor de outrem. Nem discuti nem vou aqui discutir a justeza da solidariedade a que (sublinho) temos direito.
Óscar Teixeira