Artigos

Aqui e Além-Mar

1. Festa Madeirense

A iluminação de Natal e o fogo de artifício de fim-do-ano fazem parte da nossa Festa, da nossa Tradição e dos nossos Costumes. Assim deverá continuar a ser, independentemente do número de turistas que venham à Região.

Os madeirenses merecem que se acendam as luzes de Natal, este ano ainda mais elegantes. Merecem que o fogo de artifício ilumine os céus. Esta é a fórmula para que, de forma segura, a época festiva se revista de alguma normalidade, num ano tão difícil e desafiante como este.

É verdade que este foi um ano duro para todos nós. Mas olhemos para a Festa como um símbolo de renascimento e de esperança.

2. Beijar o Menino

Uma das tradições do Natal Madeirense e Católico, não acontecerá este ano. De facto, o tradicional ‘Beijar o Menino’, no contexto atual, não faz qualquer sentido. A Igreja Católica, que tem assumido um papel responsável no cumprimento das medidas sanitárias, utilizando mais uma vez o bom-senso, não permitirá que tal aconteça.

Nada será como dantes. Será esta uma tradição que se perderá definitivamente face a novos hábitos que, indiscutivelmente, adotaremos no futuro?

3. As Comunidades e o Natal

Atendendo à situação pandémica dos países onde residem o maior número de madeirenses no estrangeiro – Venezuela, África do Sul, Reino Unido – serão muito poucos, se comparado com anos anteriores, os que visitarão a sua Terra e os seus familiares nesta quadra natalícia.

As restrições da mobilidade aérea, a falta de confiança, e o próprio bom-senso, assim o aconselham. Que permaneçam nos seus países em segurança e paz, aguardando por um 2021, que, todos esperamos será de viragem em todo o mundo.

4. Vacina

E por falar em esperança, vamos a boas notícias. Na passada terça-feira foi vacinada a primeira pessoa no Reino Unido, apenas nove meses depois de declarada a pandemia. Um esforço notável por parte da comunidade científica, que conseguiu encontrar fórmulas de combate ao vírus, quando até há bem pouco tempo a descoberta de uma vacina levava entre cinco a dez anos.

A devastação devido à covid-19 foi grande, não só pela crise sanitária em si, que veio testar ao limite os sistemas de saúde de todos os países do mundo e a resiliência humana, mas também veio testar a economia mundial de uma forma sem precedentes.

A vacina será um grande avanço, mas não será a varinha mágica que, já “amanhã”, nos fará baixar a guarda. Até porque, já que estamos no Natal, “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.

5. Factos

A Madeira, com uma população de mais de 260 mil habitantes teve até hoje 963* casos de infeção por covid-19. Portugal Continental tem cerca de 10 milhões de habitantes e mais de 332* mil casos confirmados. Simples. Na Madeira 0,36% da população foi infetada pelo vírus. No Continente este número dispara para os 3,29%, ou seja, um nível 10 vezes superior àquele que se regista na Região.

A região Norte de Portugal apareceu mesmo, há quinze dias, entre as três regiões da Europa com mais casos de covid-19, apenas suplantada por duas regiões dos Alpes italianos. Onde está o celebre milagre português que Costa e Marcelo apregoaram?

6. A Europa e a Democracia

A Hungria e a Polónia não queriam aprovar a bazuca europeia. Porquê? Porque não concordam que o acesso aos fundos comunitários esteja condicionado ao respeito pelo Estado de Direito. Assim se vê o conceito de Democracia que estes governos autocráticos defendem e praticam, limitando o poder judicial e a liberdade de imprensa. O respeito pelo Estado de Direito não pode ser riscado da carta europeia.

A União Europeia ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de democracia política.

A todos um Bom Natal!

P.S. – 1: Tivemos uma semana de alguma chuva, que tanta falta fazia. Também os passeios do Funchal agradeceram, de tão lavadinhos e branquinhos ficaram, como há quase dez anos não se via. Chuva abençoada!

P.S. – 2: Os últimos quarenta metros da Rua das Hortas que ligam, à também, conhecida e movimentada Rua da Pena, mereceram asfalto por parte da Câmara Municipal do Funchal. A Rua da Pena, que só viu uma reparação digna desse nome em 2010, toda ela num estado lastimoso e deplorável, saturada de trânsito, merecia a mesma atenção. Será que a prioridade do Município é o acessório e não o fundamental?

* Dados de 10.12.2020

Fechar Menu