Governo e Conselho Eleitoral convidam diplomatas a observar escrutínio nas eleições da Venezuela
O Governo venezuelano e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) convidaram o corpo diplomático acreditado no país a observar as eleições legislativas de domingo, nas quais a oposição liderada pelo chefe do Parlamento, Juan Guaidó, não participará.
"Estão convidados a desfrutar de um dia eleitoral bem-sucedido no domingo e da alegria de um povo que em democracia pode triunfar e continuar a avançar", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, durante uma reunião com o corpo diplomático acreditado na Venezuela.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, que estava acompanhado pela presidente da CNE, Indira Alfonzo, expressou o seu desejo de que os embaixadores em Caracas fossem às ruas para ver em primeira mão o dia da votação.
Alfonzo assegurou aos diplomatas que era "importante" para a CNE a sua participação como observadores.
"Todas e cada uma das condições são estabelecidas", disse a presidente da instituição, salientando que o sistema de votação é auditável em todas as fases.
De acordo com Alfonzo, 1.500 observadores nacionais e 200 internacionais irão participar nas eleições de domingo.
"Mais de 34 países do mundo estarão representados nesta monitorização", disse, sem adiantar mais detalhes.
As eleições são questionadas pela comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos (OEA), porque consideram que não se trata de um processo transparente face à intervenção dos partidos políticos pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), que foi acusado de ser pró-Chávez.
O Supremo Tribunal colocou à frente destes partidos antigos militantes que foram expulsos e acusados pelos seus antigos colegas de serem corruptos.
Após essa decisão, os partidos, com os seus nomes, cores e símbolos, estarão no cartão eleitoral, mas não sob a liderança dos políticos que foram eleitos pela militância, mas dos que foram impostos pelo TSJ.
Perante isto, a oposição liderada por Guaidó solicitou uma consulta aos cidadãos para perguntar aos venezuelanos se rejeitam as eleições, se exigem a partida de Maduro e a convocação de novas eleições presidenciais e parlamentares.
Também perguntará se "ordenam" que se deem "os passos necessários perante a comunidade internacional para ativar a cooperação, o acompanhamento e a assistência para salvar a nossa democracia".