Morreu o ensaísta Eduardo Lourenço
Filósofo era conselheiro de Estado
O ensaísta Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu nesta terça-feira em Lisboa, confirmou à agência Lusa fonte da Presidência da República.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Eduardo Lourenço Faria nasceu a 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, na Beira Baixa.
O primeiro-ministro, António Costa, já reagiu à morte de Eduardo Lourenço. Em declarações aos jornalistas, esta manhã, o primeiro-ministro declarou que esta quarta-feira será dia de luto nacional.
"Amanhã será dia de luto nacional, no dia em que nos despedimos do professor Eduardo Lourenço", anunciou.
O primeiro-ministro destacou aquele é o autor de "uma das maiores obras ensaísticas portuguesas", que "ajudou muito a refletir sobre os fatores de intemporalidade nacional", incitando os portugueses a prosseguir "as lições que [Eduardo Lourenço] nos deixou".
António Costa acrescentou ainda que, pessoalmente, este é "um momento de grande tristeza" para si, uma vez que vê partir um "amigo" e "camarada".
"É alguém com quem tive a oportunidade de privar e de aprender muito. É com uma grande saudade que nos deixa", referiu.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu à notícia, logo após o final da cerimónia de comemoração do 1.º de Dezembro, afirmando que "foi uma coincidência simbólica o maior pensador vivo sobre Portugal deixar-nos no Dia da Restauração da Independência".
"Eduardo Lourenço, conselheiro de Estado por minha nomeação, pensou Portugal toda a vida", recordou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Portugal está-lhe muito grato, foi praticamente um século de serviço a nossa pátria", sublinhou. "Viveu toda a vida a defender Portugal, a afirmar Portugal e a amar Portugal."