Madeira

Chega para lá

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Boa noite!

Só os mais distraídos acharam estranho que nos Açores a fome se tenha aliado à vontade de comer e ambas se entendam na perfeição para viabilizar o banquete do poder. Já tinha sido assim na República e na Madeira. Só mudam os protagonistas e os quadrantes dos extremismos. Todos são siameses quando se trata de somar as partes que podem afastar do poder quem vence eleições sem maioria ou nele manter os que ganharam à rasca.

Que o PSD tenha feito acordos arriscados com uma extensa direita feita de egos díspares, perigosos populismos e atentados ao estado de direito não espanta. No início de Agosto, Miguel Albuquerque traçava esse mesmo rumo: “Tudo o que seja coligações no sentido de derrotar a esquerda em Portugal é bem-vindo”. Portanto, estava escrito nas estrelas que a caranguejola açoriana era uma equação plausível.

Mais ziguezagueante foi Rui Rio que no Verão admitiu uma aproximação ao partido de André Ventura, mas com condições. "Se o Chega evoluir para uma posição mais moderada, penso que as coisas se podem entender", mas "depende do Chega". Ou seja, "se o Chega continuar nesta linha de demagogia e populismo como tem tido, está aqui um problema, porque aí não é possível um entendimento com o PSD e face àquilo que tem sido o Chega, descarto”.

Não nos demos conta, mas é bem provável que algo deve ter mudado e muito na direita, por vezes descartável e noutras afável, para este Chega para lá ao PS nos Açores. O tempo dirá se a “evolução” foi aventura de pouca dura ou um ensaio bem sucedido, capaz de gerar terramoto político noutras latitudes.

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