Os fascistas silenciosos
Se há coisa mais grave que um fascista, é um fascista silencioso. Aquele que declara publicamente que é um democrata respeitoso dos direitos humanos, mas mal se abre uma oportunidade para caçar um tacho, mostra logo a sua verdadeira face.
O que se passou nos Açores, geringonça à direita, por si só não tem nada de mal. É a democracia a funcionar: coligações de várias partes para formar uma maioria governativa. O problema é quando parte dessa maioria é um partido fascista, racista, xenófobo e misógino. E pior que isso é ver o principal partido da oposição a nível nacional dar a sua anuência para que tal pudesse acontecer a nível regional. É legitimar o discurso de ódio. É dizer que é aceitável recusar-se aos mais básicos direitos humanos desde que isso signifique atingir um qualquer objectivo político. É dar carta branca a todos os fascistas silenciosos deste país a sair das suas tocas.
Quem se deita na cama com um fascista é um fascista. Quem dá pancadinhas nas costas de um fascista é um fascista. Quem faz acordos com um fascista é um fascista.
João Santos