Estudantes em casa
Na passada semana, veio o governo com novas medidas para a pandemia. Afirmo, desde já, que não sou pessoa de demagogias inversas, acredito sim que as mediadas anunciadas são uma boa opção à propagação do vírus, mas há que dizer que muitas são desadequadas ou nem fazem qualquer sentido.
Primeiro, qual a razão para um bar fechar às 24h e o restaurante às 23h? Não me vão dizer que o vírus se propaga, durante uma hora, mais rapidamente nos restaurantes???
Quanto à fiscalização é preciso dizer-se que há que ter peso e medida. Vejamos, é proibido ajuntamentos com mais de 5 pessoas, mas a ARAE, nas suas ações de fiscalização eram um grupo de 8 pessoas?!?!
Será que não deve ser a ARAE a primeira a dar o exemplo???
Gostei de saber que as crianças que vão aos parques infantis só podem lá permanecer por 60 minutos, ou seja, um minuto de depois desse tempo estipulado é extremamente perigoso.
Haja paciência para tanta asneirada!!!!
Podia falar em mais algumas, mas vou centrar-me na mais desadequadas de todas as que foram, recentemente, anunciadas.
“Regresso dos Estudantes: os estudantes que, entretanto, regressem à Região para passar o Natal em família serão testados à chegada, deverão observar o isolamento recomendado e, serão testados, posteriormente, entre o 5º e o 7º dia”, lê-se na nota do governo regional da Madeira.
Esta é, para mim e para muitas pessoas com quem fui falando ao longo da semana, uma medida ‘estupida’ e discriminativa.
Atrevo-me a perguntar ao governo regional: São apenas os estudantes que o assustam?
Esta medida acarreta um grande peso para os jovens estudantes e para as suas famílias. É preciso dizer que muitas dessas famílias fizeram um esfoço grande para ter os seus filhos em casa, no Natal.
Mas não interpretem mal. Não sou contra a dupla testagem, apenas aguardo uma justificação do governo regional, para que me prove, tal vez cientificamente, que os estudantes são um grupo de altíssimo risco para a transmissão do covid-19.
Gosto de saber que enquanto os meus filhos ficam em casa confinados só porque quiseram estudar no continentes, outros, turistas e passageiros que chegaram à ilha, podem passear livremente pela avenida, até, quem sabe, beber uma bela poncha e comer uma fatia de bolo de mel.
Haja paciência para tanta casmurrice e tanto rei na barriga deste governo regional que pensa saber tudo, mas que afinal não sabe nada.
Duarte Sousa