Bruxelas vai encomendar 300 milhões de doses de vacina da Pfizer para UE
A Comissão Europeia saudou as "grandes notícias" sobre a eficácia de 90% de uma potencial da vacina para a covid-19 das farmacêuticas Pfizer e BioNTech, anunciando que irá "em breve" formalizar a aquisição de 300 milhões de doses.
"Grandes notícias da Pfizer e do grupo BioNTech sobre os resultados bem-sucedidos do seu último ensaio clínico para uma vacina para a covid-19", reagiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sua conta na rede social Twitter.
Na mesma publicação, a líder do executivo comunitário anunciou que "a Comissão Europeia vai assinar um contrato com eles em breve para um máximo de 300 milhões de doses", somando-se esta promessa de aquisição a outras três já firmadas para a disponibilização de vacinas para a União Europeia.
Até ao momento, a Comissão Europeia já assinou contratos com três farmacêuticas para assegurar vacinas para a Europa quando estas se revelarem eficazes e seguras: a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões) e a Johnson & Johnson (200 milhões).
Nesta publicação feita no Twitter, Ursula von der Leyen fez ainda menção ao envolvimento do grupo alemão BioNTech nesta investigação da vacina com a farmacêutica norte-americana Pfizer, comentando que "a ciência europeia funciona".
A líder do executivo comunitário pediu, ainda, aos cidadãos europeus que continuem "a proteger-se uns aos outros entretanto", enquanto não chega uma vacina para a covid-19.
A empresa farmacêutica norte-americana Pfizer revelou hoje que dados provisórios sobre a vacina contra o novo coronavírus indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos e que este mês pedirá o uso em situações de emergência nos Estados Unidos.
O anúncio de hoje não significa, contudo, que uma vacina está iminente. A análise provisória, de um conselho independente de monitorização dos dados, verificou 94 infeções registadas até agora num estudo que envolveu quase 44.000 pessoas nos EUA e em cinco outros países.
A Pfizer não forneceu mais detalhes sobre estes casos e alertou que a taxa de proteção inicial pode mudar até o final do estudo.
"Estamos numa posição potencialmente capaz de oferecer alguma esperança", disse Bill Gruber, vice-presidente de desenvolvimento clínico da Pfizer.
As autoridades enfatizaram que é improvável que qualquer vacina chegue antes do final do ano e que, quando chegar, os fornecimentos iniciais serão racionados.
A vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer e pela sua parceira alemã BioNTech está entre 10 possíveis vacinas candidatas em fase final de testes em todo o mundo, quatro delas até agora em grandes estudos nos Estados Unidos.
Como a pandemia ainda está em alta, os fabricantes esperam obter permissão de governos de todo o mundo para o uso de emergência das suas vacinas enquanto os testes adicionais continuam, permitindo que cheguem ao mercado mais rápido do que o normal, mas levantando preocupações sobre o quanto os cientistas saberão sobre as vacinas.
A Pfizer e a BioNTech continuam a acumular dados sobre a segurança e a eficácia da vacina que desenvolveram a esperam produzir 50 milhões de doses este ano e 1.300 milhões em 2021.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.255.803 mortos em mais de 50,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo.
Em Portugal, morreram 2.959 pessoas dos 183.420 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Sandra Ascensão Silva , 09 Novembro 2020 - 12:48