Duas notas
1. Numa crise social com a dimensão daquela que vivemos, aprofundada pela pandemia, os apoios sociais têm que chegar à pessoas. Os serviços dependentes da Secretaria Regional da Inclusão Social – desde a sua responsável máxima até ao trabalhador assistente operacional, passando pelos técnicos e demais pessoal – têm trabalhado, dedicada e incansavelmente, para garantir os apoios sociais a quem ficou com pouco ou quase nada. As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia têm tido, igualmente, uma ação importante na sinalização destas situações e no seu encaminhamento para os serviços competentes quando não conseguem, elas próprias, dar resposta imediata às situações de carência. Sou disso testemunha ocular e sei das dificuldades que, todos os dias, são vencidas com muito empenho de todos os profissionais envolvidos. Claro que é preciso fazer muito mais. O combate à pobreza exige novas medidas para garantir o sucesso desta tarefa hercúlea. Tenho defendido um complemento de pensão para os idosos mais pobres, medidas de apoio aos inúmeros desempregados sem acesso a qualquer subsídio, uma redução dos impostos sobre o consumo, a valorização dos salários de todos os trabalhadores, e não apenas do Salário Mínimo. Mas considero que é chegada a altura dos governos começarem a discutir a ideia de criação de um Rendimento Básico Incondicional, para garantir o mínimo de subsistência e dignidade a todos os cidadãos, como têm defendido alguns investigadores (https://www.dn.pt/pais/investigador-defende-rendimento-basico-incondicional-de-emergencia-em-portugal--12907398.html).
2. Numa altura em que é necessário aumentar os apoios sociais para garantir uma vida melhor a todas as pessoas, nos Açores, está a ser cozinhada uma coligação de governo, liderada pelo PSD, com cedências vergonhosas a um partido neo-nazi que exige, para garantir apoio à sobrevivência dessa solução, um corte para metade na atribuição do Rendimento Social de Inserção (RSI) a quem dele mais necessita. Atacar os pobres, destruir serviços públicos essenciais, reintroduzir a pena de morte, castrar quimicamente pessoas, entre outras ‘alarvidades impronunciáveis’, é o caderno de encargos que esses energúmenos trazem à política portuguesa. Tenho pena que muitas pessoas achem que as ideias fascistas devem ser debatidas e consideradas como se de ideais democráticos se tratassem. Foram eleitos, dizem. Hitler também foi e vejam no que deu. Os fascistas querem dar cabo da Democracia. Cabe aos Democratas não permitir que os fascismos prosperem.