Restauração e alojamento estão a caminho do colapso
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) considerou hoje "absolutamente insuficientes" os subsídios e crédito a fundo perdido às empresas anunciados pelo Governo e defendeu que a restauração e alojamento estão "a caminho do colapso".
Estes novos apoios, que acolhem o princípio da concessão de verbas a fundo perdido, há muito vinham sendo reclamado pela AHRESP, diz a associação em comunicado hoje divulgado, considerando que tais medidas ficaram "muito aquém" das medidas recentemente propostas pela AHRESP e que considera "absolutamente fundamentais" para as empresas de atividades económicas mais afetadas pela crise pandémica conseguirem evitar insolvências e despedimentos coletivos.
"A grave crise económica e financeira que assola as empresas da restauração e bebidas e do alojamento turístico exige a implementação de medidas excecionais que garantam a sua sobrevivência e a manutenção dos postos de trabalho", defendem no comunicado, considerando "vital" capitalizar as empresas, dinamizar o consumo e garantir os postos de trabalho.
A associação diz ainda que, quando a pandemia terminar, e a retoma se iniciar, vai ser determinante ter empresas de portas abertas com profissionais qualificados, para que Portugal possa continuar a ser reconhecido como o melhor destino turístico do mundo.
A aplicação temporária da taxa reduzida de IVA aos serviços de alimentação e bebidas, apoios específicos à animação noturna ou moratórias sobre as rendas e moratórias fiscais e contributivas são algumas das medidas do programa de emergência apresentado pela AHRESP ao Governo.
No comunicado, a AHRESP lembra os resultados do inquérito que realizou em outubro, e divulgou na quinta-feira, que concluiu quebras de faturação de 60% na restauração e 90% no alojamento, a intenção de insolvência de 41% das empresas de restauração e 19% das empresas de alojamento e quase metade (47%) das empresas de restauração inquiridas e 27% das empresas de alojamento a efetuar despedimentos desde o início da pandemia.