Animais desempenham “um complemento terapêutico"
Há um “complemento terapêutico que custa tão pouco e que é tão eficaz que se chama animal”. A garantia é da veterinária Sílvia Vasconcelos, a antiga deputada regional da CDU, que juntamente com a ex-eurodeputada Liliana Rodrigues, investigadora e professora universitária, preencheram o segundo round no Madeira 7 Talks.
A causa animal dominou a conversa entre as duas antigas deputadas de esquerda.
Sílvia Vasconcelos lembrou que “os animais são tão importantes, não apenas pela companhia”, mas também como complemento terapêutico. Nomeadamente na saúde mental da população mais idosa, apontou como exemplo, reforçando por isso o “papel relevante” que desempenham não apenas para a sociedade, mas também para a nossa saúde.
Já Liliana Rodrigues reconheceu o “bom trabalho” que muitas autarquias da Região já desenvolvem com políticas amigas dos animais, sobretudo comparando com o resto do país. Neste particular Sílvia Vasconcelos não deixou de lembrar que “há quem rentabilize esta questão de forma eleitoralista”.
Liliana Rodrigues, investigadora e professora universitária, foi também eurodeputada entre 2014 e 2019. Em termos académicos, licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e obteve uma pós-licenciatura no ramo de Formação Educacional de Filosofia pela mesma faculdade. Mais tarde, na Universidade da Madeira, realizou o seu mestrado e doutoramento, ambos na área da Filosofia da Educação. Profissionalmente, Liliana Rodrigues foi professora de Filosofia, Psicologia e Sociologia no ensino secundário, e, depois, assistente no Departamento de Ciências da Educação da Universidade da Madeira. Foi também professora do ensino profissional e investigadora na Fundação para a Ciência e Tecnologia e no Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira. Mais tarde, tornou-se professora auxiliar com nomeação definitiva do Centro de Competência de Ciências Sociais do Departamento de Ciências da Educação da Universidade da Madeira, onde também ensina Filosofia e Teorias Críticas da Educação.
Já a veterinária Sílvia Vasconcelos, desde cedo definiu as suas grandes paixões: os animais, a poesia e o teatro, sendo as duas últimas que, pela reflexão que suscitaram, a conduziram à política. Todavia, a paixão pelos animais, sobretudo gatos, levou-a estudar e enveredar profissionalmente pela Medicina Veterinária, tendo concluído mais tarde o mestrado e doutoramento em Ciências Veterinárias. A par da actividade profissional, Sílvia Vasconcelos tem-se empenhado no activismo e no voluntariado, incluindo no Centro da Mãe, onde dá formação de Teatro, experiência que qualifica como das mais belas que teve por testemunhar em meninas-mães alguma transformação pessoal pela Arte. Ainda no âmbito profissional, é também dirigente nacional e coordenadora regional do Movimento Democrático das Mulheres, fundado em 1968 por Maria Lamas, de onde têm resultado diversas iniciativas de debate e reflexão sobre questões de género e da igualdade entre os géneros, nomeadamente a não legalização da prostituição como trabalho. O activismo e o inconformismo com as desigualdades levaram Sílvia Vasconcelos à política, tendo sido deputada pela CDU na Assembleia Legislativa na Madeira, debatendo-se sobretudo pela causa animal, pela cultura, pelos direitos das mulheres e pelos direitos laborais, entre outras temáticas sociais. Presentemente exerce a sua formação de médica veterinária no ramo laboratorial e de investigação veterinária e, em simultâneo, aguarda a aprovação de um projecto nacional sobre o bem-estar dos idosos devido aos animais.